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O Japão teme uma possível falta de energia em Tóquio nos próximos dias devido ao fechamento por vários meses de sua maior central nuclear, que foi danificada na segunda-feira (16) por um violento terremoto.

Segundo a imprensa local, a central de Kashiwazaki-Kariwa, que alimenta a capital japonesa (20 milhões de habitantes), poderia cessar toda sua atividade durante pelo menos um ano.

Essa hipótese se tornou ainda mais provável depois que a Tokyo Electric Power (Tepco), a maior companhia de fornecimento de energia elétrica do mundo, que administra a central, admitiu um novo vazamento radioativo na instalação.

Na quarta-feira, foram localizadas partículas radioativas em um filtro de um dos sete reatores da central e uma pequena quantidade de água radioativa vazou de uma tubulação. Não há nenhum risco para a saúde nem para o meio ambiente, segundo a Tepco.

Kashiwazaki-Kariwa está a nove quilômetros do epicentro do terremoto de 6,8 graus na escala Richter, que provocou 10 mortes, mil feridos e causou danos a 2.000 edifícios na região de Niigata (centro).

O terremoto provocou um incêndio na central e causou um derrame de 1,2 metro cúbicos de água ligeiramente radioativa no Mar do Japão.

Um total de 438 tonéis de aço hermeticamente fechados, destinados a armazenar material radioativo, viraram durante o terremoto e alguns abriram.

A central nuclear, que não foi projetada para resistir a um terremoto tão forte, foi fechada por tempo indefinido pelas autoridades, para que investigações possam ser feitas.

O governo japonês estuda a possibilidade de mantê-la fechada durante pelo menos um ano, revelou nesta quinta-feira o diário econômico Nikkei.

Calor

Tóquio não confirmou esta informação, mas segundo alguns funcionários de Kashiwazaki, a instalação permanecerá fechada durante todo o verão, época de forte calor e quando o consumo de energia é maior, devido à utilização de ar condicionado.

Os danos sofridos pela central "não têm precedentes sendo difícil prever quando as operações poderão ser retomadas", declarou Osamu Oshima, comandante dos bombeiros.

Se for demonstrado que a estrutura precisa de reforço, ficará fora de serviço por "muito mais de um ano", afirmou o jornal Nikkei.

A companhia Tokyo Electric Power pediu ajuda aos concorrentes para responder às enormes necessidades da capital, 250 quilômetros ao sul.

"Faremos o possível para garantir o fornecimento regular de eletricidade recorrendo as nossas centrais térmicas, mas provavelmente teremos que pedir aos nossos clientes que economizem energia", afirmou um porta voz da Tepco.

O Japão, um país com escassos recursos naturais, depende da energia nuclear num percentual estimado em 35%, mas também está situado em uma zona de alto risco sísmico.

O porta voz do governo, Yasuhisa Shiozaki, ordenou "verificações profundas" das condições de segurança dos 55 reatores nucleares do país.

"Devemos estudar normas contra terremotos, analisando as conseqüências deste, que surpreendeu por sua potência", afirmou.

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