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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Um travesti de 25 anos ajudou a polícia da Tailândia a prender nesta sexta-feira (19) o canadense Christopher Neil, o pedófilo mais procurado do mundo.

Neil, de 32 anos, foi preso por agentes na província de Nakhon Ratchasima, em Korat, a cerca de 250 quilômetros ao norte da capital Bangcoc, uma área turística.

Segundo o chefe da polícia turística, Paisal Luesomboon, a captura começou quando investigadores captaram uma telefonema deste travesti tailandês com quem Neil teve contatos no passado.

Eles encontraram o travesti - cuja identidade não foi divulgada - na região nordeste da província de Chaiyaphum. Ao ser confrontado com os policiais, teria dito que ele e Neil alugaram uma casa juntos em outra região da Tailândia. Em seguida, teria levado os investigadores até essa residência.

A polícia não divulgou mais detalhes da captura. Paisal Luesomboon apenas disse que Neil sabia que estava sendo procurado e que, no momento da prisão, não reagiu nem falou muito com os policiais.

Identificação

Na última segunda-feira (15), a Interpol afirmou ter identificado o suspeito de pedofilia reincidente que teve a foto divulgada na semana passada após edição de imagens que corrigia distorção.

A organização, com sede em Lyon (França), informou que o homem ensinava inglês na Coréia do Sul. A busca dos agentes chegou até a Tailândia, onde se acreditava que o homem estivesse.

Imagens de câmeras de vídeo mostraram o canadense no aeroporto de Seul no dia 11, antes de pegar um vôo com destino à Tailândia. Lá ele era procurado pela polícia tailandesa e por agentes da Interpol.

Denúncias

A Interpol recebeu cerca de 200 mensagens no período de 12 horas relacionadas ao pedófilo e disponibilizou na web suas fotos abusando de crianças. Na última segunda-feira (8), a divisão francesa da Interpol divulgou fotos e fez um apelo para que os internautas ajudassem na identificação do criminoso.

Divulgação

Para que a divulgação da foto fosse possível, especialistas usaram uma técnica de manipulação de imagens digitais. Isso porque o suspeito (ou um cúmplice dele) divulgou na web cerca de 200 imagens com seu rosto digitalmente alterado – as fotos eram tiradas enquanto ele abusava de crianças, que tinham a partir de seis anos. Só depois do uso de uma técnica não especificada, os especialistas conseguiram tornar algumas dessas imagens "identificáveis".

"Tivemos muitas respostas e elas vieram de todo o mundo. Algumas delas incluem informações detalhadas, como nomes e endereços", afirmou Anders Persson, sueco que trabalha na unidade de tráfico de pessoas da Interpol, à agência de notícias Associated Press. De acordo com Persson, esses dados serão encaminhados às autoridades locais, para que elas possam checar as informações.

"Durante anos, a imagem desse homem abusando das crianças circulou na internet. Tentamos de todas as maneiras identificá-lo e trazê-lo à Justiça, mas estamos convencidos de que sem a ajuda pública esse predador sexual continuaria a estuprar e abusar de crianças", afirmou em comunicado Ronald K. Noble, secretário geral da Interpol.

Segundo os policiais, o suspeito viajou o mundo para cometer crimes contra as crianças – há imagens feitas no Vietnã e também no Camboja. O pedófilo ganhou o apelido de "Vico", depois que as autoridades perceberam que as cerca de 200 fotos distorcidas, com pelo menos 12 jovens diferentes, mostravam o mesmo homem.

Técnica

Segundo a Interpol, a manipulação das imagens foi feita por policiais da Alemanha. A agência de notícias Associated Press entrou em contato com a organização (chamada Bundeskriminalamt), mas foi informada de que os detalhes sobre a técnica não seriam revelados. Isso porque as autoridades não querem "dar aos criminosos a oportunidade de se adaptar às tecnologias usadas".

A Associated Press afirma que a técnica não parece muito complicada. "Conseguimos produzir em questão de minutos uma imagem quase reconhecível a partir da foto alterada distribuída pela Interpol. Para isso, usamos softwares disponíveis no mercado para a edição de fotografias."

Persson explica que "novas técnicas são sempre desenvolvidas. O que é impossível hoje é possível amanhã." Segundo o funcionário da Interpol, o resultado da manipulação foi realmente muito bom. "As pessoas em sua vizinhança, familiares, colegas e amigos certamente vão reconhecê-lo."

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