Tremendo, de medo

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Para os jornalistas estrangeiros o dia da posse do presidente Sebatián Piñera foi horrível. A cada instante uma nova réplica do terremoto balançava tudo. Era quase impossível se concentrar. Agora mesmo, enquanto escrevo, a produtora de tevê Francisca Alvarez, na mesa ao lado, me chama a atenção. Está "temblando", diz ela. E todos olham para os objetos, computadores, lâmpadas, balançando.

Sem tetos

O termo "sem-teto" não é empregado com frequência aqui no Chile. Falam de desabrigados. E eles são milhares. Na capital, que não foi tanto afetada como cidades ao sul, a prefeitura já registrou cerca de 16 mil residências danificadas pelos tremores. O pior é que, com as réplicas quase que diárias, os danos vão aumentando. O prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, estima em 1,9 mil, até agora, o número de casas irrecuperáveis.

Verde no deserto

Ao contrário de Curitiba, onde chove quase todos os dias no verão, a estação do calor é seca em Santiago. A capital chilena, em alguns anos, fica até quatro meses sem ver água, entre dezembro e março. O sol brilha e faz muito calor. Apesar da seca, a população cuida para manter o verde. As ruas são bem arborizadas. Comparando, não dá para entender por que Curitiba tem ruas no centro sem nenhuma árvore.

Separados e bem vestidos

Meninos de um lado, meninas do outro. Assim é dividido boa parte do sistema de ensino do Chile. Há escolas mistas, mas em muitos estabelecimentos só estudam homens e em outros, apenas mulheres. A separação por gênero se dá tanto nas instituições públicas como nas particulares. Um detalhe interessante é o rigor no traje. Com a autorização para reinício das aulas após o terremoto do dia 27, as ruas das cidades ganharam um clima estudantil. Em Santiago, nos horários de entrada e saída das aulas, o metrô e os ônibus ficam repletos de estudantes. Todos muito bem vestidos. O paletó e a gravata são indispensáveis para os meninos. Para as meninas, nada de calça; a norma é saia.