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A Audiência Nacional da Espanha, tribunal superior do país europeu, admitiu uma denúncia por crimes contra a humanidade contra dois ex-integrantes da ditadura chavista na Venezuela.
Segundo informações do site Efecto Cocuyo, a denúncia havia sido protocolada nesta semana pela oposicionista venezuelana Dulce Bravo, exilada na Argentina. Ela relatou que foi sequestrada e torturada em 2002 por colaborar com militares da então ala opositora das Forças Armadas da Venezuela.
À época, o ditador venezuelano ainda era Hugo Chávez. Foram denunciados Luisa Ortega Díaz, ex-promotora que anos depois se tornaria procuradora-geral da Venezuela, e Miguel Rodríguez Torres, que coordenou serviços de inteligência do regime chavista e se tornaria ministro das Relações Interiores e da Justiça no governo do sucessor de Chávez, Nicolás Maduro.
Ambos se tornaram conhecidos pela repressão a opositores venezuelanos, mas romperam com o chavismo e hoje moram na Espanha.
Na denúncia, Dulce Bravo relatou foi drogada, espancada e ameaçada por agentes chavistas que queriam informações sobre o general dissidente Felipe Rodríguez. De acordo com seu depoimento, Rodríguez Torres lhe ofereceu pagamentos para revelar o paradeiro do militar oposicionista.
Bravo acrescentou que, quando foi levada ao tribunal, uma ordem de Ortega Díaz a impediu de prestar depoimento. Ela também afirmou que recebeu ameaças constantes e foi vigiada pelos serviços de inteligência do chavismo.
De acordo com o Efecto Cocuyo, o juiz Antonio Piña, da Audiência Nacional, solicitou um relatório ao Ministério Público para determinar quem ficará a cargo da investigação dos fatos alegados por Bravo. As defesas de Ortega Díaz e Rodríguez Torres ainda não se pronunciaram sobre a admissão da denúncia.







