São Paulo - O procurador do Tribunal Especial da ONU que investiga o assassinato do ex-premier libanês Rafik Hariri, em 2005, apresentou ontem o primeiro indiciamento ao juiz Daniel Fransen, que deverá decidir se confirma ou rejeita o pedido ou solicita mais provas .
Os nomes dos indiciados não foram revelados, mas especula-se que o procurador Daniel Bellemare aponte para a autoria de membros do Hezbollah, um misto de partido político xiita, grupo de assistência social e milícia, considerado terrorista por EUA e União Europeia. O Hezbollah, apoiado pelo Irã e Síria, nega qualquer participação na morte de Hariri, ocorrida num atentado a bomba no centro de Beirute que matou 23 pessoas.
A repercussão internacional do atentado gerou pressões que forçaram a Síria a encerrar sua presença militar no Líbano, abrindo caminho para a chegada ao poder da aliança pró-Ocidente liderada por Saad Hariri, filho de Rafik.
Renúncia
O Hezbollah pediu a Saad Hariri que abandone o tribunal da ONU, retire os juízes libaneses e congele o financiamento libanês da corte, alimentada em tese por todos os países que a reconhecem. A rejeição de Hariri às demandas levou à renúncia dos 11 ministérios ligados ao Hezbollah na semana passada. O gabinete caiu, e Hariri tenta costurar novo acordo para se manter premier. Conversas para formar o governo foram adiadas para a próxima semana.



