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As Forças norte-americanas estão respondendo à autoridade iraquiana pela primeira vez desde a invasão do país em 2003, e entregaram o controle da Zona Verde no centro de Bagdá para as tropas do Iraque, como um sinal da mudança dramática pela qual o país passará.

O efetivo armado dos Estados Unidos no Iraque, agora com mais de 140.000 soldados, operava no país desde 2003 sob uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas à meia-noite do dia 1º de janeiro de 2009, o mandato da ONU expirou, e as tropas foram colocadas sob um novo mandato cedido ao governo iraquiano em um acordo bilateral fechado com Washington.

O pacto dá às tropas norte-americanas três anos para deixar o Iraque, revoga seu poder de deter iraquianos sem um mandado de prisão, e sujeita efetivos contratados e militares dos EUA à lei iraquiana em alguns casos.

Uma banda iraquiana tocou gaitas de fole em uma pequena cerimônia em uma rua cercada por paredes de concreto e arame farpado na Zona Verde, uma faixa fortificada do centro de Bagdá cujo acesso é restrito para muitos iraquianos, que a vêem como um símbolo da ocupação.

"Eu transmito o voto das Forças Armadas ... de que elas estão aptas a se responsabilizar para que o Iraque possa novamente estar seguro nas mãos de seus próprios cidadãos", discursou o ministro da Defesa, Abdel Qader Jassim, em uma tenda enfeitada com balões e lantejoulas.

O coronel Steven Ferrari, da 50a Brigada de Combate da Infantaria das tropas norte-americanas na área, disse que era "um novo dia para a soberania do Iraque".

"Como uma nação soberana, o Iraque assume a autoridade de todas as responsabilidades de segurança para essa terra histórica", afirmou.

Na quarta-feira, autoridades norte-americanas terminaram de desocupar o palácio de mármore da era de Saddam Hussein na Zona Verde, de onde dominaram o Iraque diretamente por mais de um ano depois da invasão. Nas últimas semanas, os oficiais dos Estados Unidos se mudaram para um complexo de embaixadas recém-construído, o maior do mundo.

As tropas norte-americanas no Iraque continuam sob o comando dos Estados Unidos, mas suas operações devem agora ser autorizadas por um comitê conjunto. Militares norte-americanos também só poderão prender iraquianos com um mandado expedido por um juiz iraquiano. As tropas devem deixar as cidades e vilas iraquianas até a metade de 2009, e se retirar do país até o final de 2011.

Os cerca de 15.000 prisioneiros detidos em campos militares de detenção dos Estados Unidos devem agora ser acusados por crimes sob a lei iraquiana ou libertados.

Os novos e firmes termos para a presença dos Estados Unidos foram garantidos por um primeiro-ministro Nuri al-Maliki cada vez mais confiante, apoiado por um governo cada vez mais fortalecido por vitórias militares contra milícias xiitas e progresso contra militantes da al Qaeda.

Autoridades iraquianas dizem que terão cautela para abrir a Zona Verde -- que abriga prédios governamentais e também diplomatas ocidentais. Pequenos exércitos particulares de ugandenses e peruanos de empresas terceirizadas que patrulham a área irão continuar ali até o mês de setembro. As forças norte-americanas estarão presentes para apoio.

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