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Após mais de nove anos no poder, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou nesta segunda-feira (6) sua decisão de renunciar ao cargo, em meio à crescente pressão política, inclusive de antigos aliados.
No pronunciamento oficial, feito nesta tarde, Trudeau afirmou que também deixará a liderança do Partido Liberal, no entanto, somente após a escolha de um novo líder para substituí-lo, o que pode levar meses, já que é necessária a realização de uma convenção partidária especial.
"Pretendo renunciar ao cargo de líder do partido, como primeiro-ministro, depois que o partido selecionar seu próximo líder por meio de um robusto processo competitivo nacional", declarou o premiê canadense na entrevista coletiva realizada em Ottawa.
Segundo Trudeau, "o país merece uma escolha real na próxima eleição, e ficou claro para mim que se eu tiver que travar batalhas internas, posso não ser a melhor opção nessa eleição".
Ainda durante o pronunciamento, o primeiro-ministro anunciou a prorrogação do recesso no Parlamento até o dia 24 de março, permitindo que o Partido Liberal evite uma moção de censura e escolha um substituto para o cargo.
A emissora pública canadense CBC informou que a governadora-geral do país, Mary Simon, que atua como chefe de Estado em nome do rei da Inglaterra, concordou com a prorrogação durante uma reunião com Trudeau na manhã desta segunda-feira. O Parlamento canadense deveria retomar suas sessões no próximo dia 27 de janeiro.
Em meio à crise política enfrentada pelos Liberais surgiu uma alternativa dos Conservadores para a alternância de poder: Pierre Poilievre, favorito a assumir a liderança do país nas eleições de outubro.
Trudeau dedicou uma parte de sua fala para criticar o opositor político. "Pierre Poilievre, sua visão para este país, não é a certa para os canadenses".
Segundo o premiê, os canadenses "precisam de uma visão ambiciosa e otimista do futuro. E Pierre Poilievre não está oferecendo isso".
O descontentamento com o governo Trudeau aumentou devido a um cenário político decadente, dominado por questões essenciais para a população canadense como custo de vida, que sofreu um aumento drástico no último ano, a falta de moradias acessíveis, o endividamento público crescente e a estagnação salarial.
"É hora de reiniciar. É hora de a temperatura baixar, para as pessoas terem um novo começo no Parlamento, para serem capazes de navegar por esses tempos complexos, tanto internamente quanto internacionalmente", declarou Trudeau.
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