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Presidente americano, Donald Trump, criticou duramente o Twitter | Jabin Botsford/Washington Post
Presidente americano, Donald Trump, criticou duramente o Twitter| Foto: Jabin Botsford/Washington Post

O presidente americano Donald Trump mirou no Twitter nesta quinta, acusando a mídia social de adotar uma "prática discriminatória e ilegal" que resulta na limitação da visibilidade de importantes lideranças republicanas nos resultados de buscas.

O partido está em pé de guerra desde que o Vice News informou na quarta-feira que, como resultado de uma técnica conhecida como shadow banning, as contas da presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel, e de vários congressistas republicanos conservadores não são preenchidas automaticamente na caixa de pesquisa localizada na parte superior direita da página da mídia social. "Vamos investigar essa prática discriminatória e ilegal de uma só vez! Muitas reclamações”, escreveu Trump em sua conta.


Um porta-voz do Twitter se recusou a comentar na manhã desta quinta sobre o tweet do presidente. A empresa disse que está ciente de que algumas contas não são preenchidas automaticamente na caixa de pesquisa e está trabalhando para resolver o problema. 

Em um tweet na quarta-feira, Kayvon Beykpour, chefe de produtos do Twitter, disse que a empresa não estava mirando nos republicanos e que trabalha para modificar o uso de "sinais de comportamento" que informam seus resultados de busca. "Para ser claro, nossa classificação comportamental não faz julgamentos baseados em opiniões políticas ou na substância dos tweets", disse Beykpour. 

O Vice News informou que os democratas, incluindo alguns dos membros mais liberais do partido, não estavam sendo submetidos à mesma prática, de acordo com uma revisão da publicação. 

Na esteira da publicação, McDaniel e outros republicanos criticaram o Twitter. "A noção de que as empresas de mídia social vão suprimir certos pontos de vista políticos deve preocupar todos os americanos", disse McDaniel na quarta-feira. " O Twitter deve respostas públicas para o que realmente está acontecendo." 

Donald Trump Jr., o filho mais velho do presidente, também opinou enviando um tweet na quarta-feira que dizia: "Então @Twitter está censurando @GOPChairwoman (referindo-se à presidente do Conselho Nacional Republicano)? Basta com essa porcaria". 

Dor de cabeça

O tweet presidencial pode criar novas dores de cabeça políticas para o Twitter e outras empresas do segmento de tecnologia no Vale do Silício. Elas vêm enfrentando meses de acusações dos mais altos escalões do Partido Republicano. A crítica é que as empresas estariam adotando uma postura contrária aos conservadores. 

 Apesar de Trump ser, provavelmente, o usuário mais destacado do Twitter, os tuiteiros de direita ainda sustentam que estão sendo injustiçados, censurados e suspensos em comparação a seus colegas liberais. 

As acusações chegaram inclusive aos eleitores de alguns republicanos: o deputado californiano Kevin McCarthy, que quer se tornar presidente da Câmara no ano que vem, publicou anúncios no Facebook para angariar recursos em meio às acusações de preconceito contra os conservadores nas redes sociais. 

O Twitter já admitiu erros, inclusive pedindo desculpas depois de um incidente em 2017 em que inicialmente proibiu uma congressista de promover um vídeo no Twitter que discutia o aborto. A empresa tem insistido, repetidamente, que busca aplicar suas políticas de forma imparcial. 

Leia também: Justiça dos EUA diz que Trump viola Constituição ao bloquear usuários do Twitter

"Nosso sucesso como empresa depende de fazer do Twitter um espaço seguro para a liberdade de expressão", disse Nick Pickles, um assessor político que testemunhou em favor da empresa em uma audiência no Congresso, no início deste mês, sobre supostas tendências anticonservadoras. 

Enquanto isso, o presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey, vem tentando diminuir as tensões com os conservadores por meio de uma série de reuniões privadas com essas lideranças. 

Sua viagem à Washington em junho, por exemplo, incluiu um jantar com Mercedes Schlapp, uma das principais assessoras de Trump, e Greta van Susteren, ex-apresentadora da Fox News, disseram fontes ao Washington Post. Alguns participantes dos eventos disseram a Dorsey que sentiam que os conservadores haviam sido pintados de forma negativa no recurso Moments do site, que rastreia histórias e questões nacionais. Outros levantaram temores de serem vítimas do shadow banning.

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