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Montagem mostra o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente dos EUA, Donald Trump | ADEM ALTAN/AFP
Montagem mostra o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente dos EUA, Donald Trump| Foto: ADEM ALTAN/AFP

O presidente Donald Trump fez uma dura advertência ao presidente turco Recep Tayyip Erdoğan no final deste domingo (13), ao tuitar que os Estados Unidos vão “devastar a Turquia economicamente se os curdos forem atacados”. Os curdos são aliados dos EUA na guerra civil da Síria, mas são considerados um grupo terrorista pelos turcos.

Para o presidente da consultaria Eurasia Group, Ian Bremmer, esta foi a ameaça mais direta de um presidente americano contra um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

No meso tuíte, Trump disse que vai criar uma zona de segurança de 32 quilômetros e que, do mesmo jeito que quer impedir ataques das forças turcas, “não queremos que os curdos provoquem a Turquia”.

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Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente Recep Tayyip Erdogan da Turquia, em resposta aos tuítes de Trump, reiterou que a Turquia considerava terroristas os combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e suas bases sírias Partido da União Democrática (PYD) e Unidades de Proteção Popular (YPG), salientando que há diferenças entre esses grupos e os curdos e afirmando que “terroristas não podem ser nossos parceiros e aliados”.

“A Turquia espera que os EUA honrem nossa parceria estratégica e não querem que ela seja obscurecida pela propaganda terrorista”, escreveu ele, afirmando que não há diferença entre o PKK, o PYD e o YPG e o Estado Islâmico.

A saída dos EUA da Síria

A Turquia havia alertado os Estados Unidos que estava planejando um ataque contra os curdos no nordeste da Síria, antes de Trump ter anunciado, em dezembro, que retiraria as tropas americanas da região. 

Mas na semana passada, em viagem a Israel, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, disse que os EUA não sairiam da Síria sem primeiro receberem garantias da Turquia de que evitaria atacar os curdos – o que provocou uma forte repreensão de Erdogan – e garantias de que o Irã não preencheria o vácuo deixado pelos americanos.

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Já o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pareceu reconhecer que a Turquia está preocupada com a possibilidade de os curdos usarem o território que controlam para lançar ataques contra a Turquia depois que as forças americanas se forem. "Nós reconhecemos que há uma ameaça à Turquia por parte de terroristas e os apoiaremos", disse ele.

Trump, na mesma sequência de tuítes em que ameaçou a Turquia, confirmou a retirada das tropas americanas, que tinham como objetivo combater o grupo Estado Islâmico. 

“Estamos começando uma retirada muito tardia da Síria, enquanto atacamos duramente o pequeno território remanescente do EI, de várias direções. Vamos atacar novamente caso eles retomem essa área, de uma base próxima ao local”, disse Trump pela rede social.

Trump destacou ainda os benefícios para os países da região. "Rússia, Irã e Síria têm sido os maiores beneficiados pela política de longo prazo dos Estados Unidos de destruir o EI na Síria - inimigos naturais. Nós também nos beneficiamos, mas está na hora de trazer nossas tropas para casa. Fim da GUERRA SEM FIM!", escreveu Trump. 

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