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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou durante coletiva na Casa Branca nesta quarta-feira (26) tarifas de 25% sobre todos os carros que são fabricados fora do território americano. A medida, que entra em vigor no dia 2 de abril, tem como objetivo “estimular a produção doméstica, proteger a segurança nacional e reverter o desequilíbrio comercial no setor automotivo”.
"Vamos cobrar dos países por fazerem negócios em nosso país e tirarem nossos empregos, tirarem nossa riqueza. Vamos implementar uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis que não forem fabricados nos Estados Unidos. Se forem fabricados nos Estados Unidos, não haverá tarifa alguma", afirmou o presidente. Ele também declarou: "Estávamos perdendo as fábricas de automóveis, estavam sendo construídas no Canadá, México e outros lugares, e agora essas fábricas estão se mudando para os Estados Unidos".
Segundo a Casa Branca, a decisão de Trump foi formalizada por meio de uma ordem executiva baseada na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, que permite ao presidente ajustar importações em nome da segurança nacional. Os impostos adicionais serão aplicados a veículos de passeio, incluindo sedãs, SUVs, minivans, caminhonetes leves e vans de carga, além de autopeças essenciais, como motores, transmissões, sistemas de força e componentes eletrônicos.
A justificativa do governo se baseia na perda de competitividade da indústria americana diante de "políticas agressivas e subsídios concedidos por nações estrangeiras".
“Indústrias automobilísticas estrangeiras, sustentadas por subsídios injustos e políticas industriais agressivas, se expandiram. Enquanto isso, a produção nos EUA estagnou. Estamos revertendo essa tendência AGORA”, afirmou um perfil oficial vinculado ao governo Trump no X.
Durante o anúncio, Trump confirmou que conversou com os CEOs das três maiores montadoras americanas — Ford, General Motors e Stellantis — sobre a nova política tarifária. "Se eles têm fábricas aqui, estão empolgados", disse o presidente. "Se você não tem fábricas aqui, vai ter que começar a construí-las, porque, caso contrário, terá que pagar tarifas. Muito simples."
Segundo ele, as empresas do setor automotivo que mantêm fábricas em solo americano estão satisfeitas com a medida, e muitas delas já planejam repatriar divisões de produção de peças atualmente situadas no exterior. Trump afirmou ainda que, embora essas montadoras já contem com operações nos Estados Unidos, os setores de autopeças também serão transferidos de volta ao país para evitar a aplicação de tarifas.
Pelo X, o governo Trump destacou que, embora os americanos tenham comprado cerca de 16 milhões de veículos em 2024, apenas metade foi produzido nos Estados Unidos. E, desses fabricados no país, entre 40% e 50% continham peças estrangeiras.
O impacto desse desequilíbrio também se reflete no déficit comercial de autopeças, que atingiu US$ 93,5 bilhões em 2024, segundo o governo americano. A Casa Branca lembrou que, atualmente, a indústria automotiva dos EUA emprega aproximadamente 1 milhão de trabalhadores, sendo que o setor de fabricação de peças representa 553.300 desses postos. Desde o ano 2000, o país perdeu cerca de 286 mil empregos apenas nesse segmento — uma queda de 34%.







