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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta terça-feira (18) o juiz que ordenou a suspensão da recente deportação de mais de 200 venezuelanos para El Salvador de "lunático da esquerda radical" e pediu sua destituição, afirmando que seu governo está simplesmente seguindo o mandato dos eleitores que o elegeram em novembro.
"Este juiz lunático da esquerda radical, encrenqueiro e agitador que foi tristemente nomeado pelo (ex-presidente dos EUA) Barack Hussein Obama não foi eleito presidente. Ele não GANHOU o VOTO POPULAR (por muito!), ele não GANHOU OS SETE SWING STATES (estados-pêndulo), ele não GANHOU 2.750 a 525 condados, ele NÃO GANHOU NADA!", escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.
Os comentários do presidente americano foram feitos após o juiz federal James Boasberg, do Distrito de Columbia, emitir uma ordem no último sábado (15) interrompendo o envio, no mesmo dia, para El Salvador de mais de 200 venezuelanos acusados pelo governo Trump de fazerem parte do grupo criminoso Tren de Aragua, após a Casa Branca invocar a Lei de Inimigos Estrangeiros.
Esta lei, que remonta a 1798, só foi usada três vezes na história: durante a Guerra de 1812 contra as tropas britânicas e durante as duas Guerras Mundiais.
A decisão de Boasberg não impediu que os três aviões que transportavam os venezuelanos deportados — um dos quais nem havia decolado quando o juiz emitiu sua ordem verbal e escrita de devolução dos detidos ao solo americano — pousassem em El Salvador.
"EU GANHEI POR MUITOS MOTIVOS, EM UM MANDATO ESMAGADOR, MAS A LUTA CONTRA A IMIGRAÇÃO ILEGAL PODE TER SIDO O PRINCIPAL MOTIVO PARA ESTA VITÓRIA HISTÓRICA. Estou simplesmente fazendo o que os ELEITORES queriam que eu fizesse", continuou Trump em sua mensagem.
"Este juiz, como muitos dos juízes corruptos perante os quais sou forçado a comparecer, deveria ser destituído! NÃO QUEREMOS CRIMINOSOS AGRESSIVOS, VIOLENTOS E DEMENTES, MUITOS DELES ASSASSINOS TRANSTORNADOS, EM NOSSO PAÍS! VAMOS TORNAR A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!!!", conclui a mensagem.
Nesta segunda-feira (17), o Departamento de Justiça americano pediu a um tribunal de apelações que retire o juiz Boasberg do caso sobre as deportações, alegando um "exercício inapropriado de jurisdição".
Também nesta segunda, um procurador-geral adjunto argumentou perante o próprio Boasberg que ele não tem autoridade para ditar a política de imigração do atual governo.
Um dos advogados que representam cinco dos venezuelanos deportados advertiu sobre a "crise constitucional" que o caso representa, enquanto vários membros do governo Trump insistem em condenar publicamente os juízes que bloqueiam as medidas do governo, questionando a separação de poderes nos EUA.







