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Trump já havia sido bastante criticado por mencionar o caso durante um evento de campanha, em 2016 | JIM WATSON/AFP
Trump já havia sido bastante criticado por mencionar o caso durante um evento de campanha, em 2016| Foto: JIM WATSON/AFP

Ainda sob a sombra de suas declarações controversas sobre Charlottesville, o presidente Donald Trump se envolveu em mais um polêmica nesta quinta (17) ao reagir ao atentado terrorista que havia matado pelo menos 13 pessoas em Barcelona pouco antes. 

Trump escreveu no Twitter para que as pessoas estudassem "o que o general Pershing, dos EUA, fez aos terroristas quando os pegou", numa referência a uma lenda sobre a qual o general americano John J. Pershing teria mergulhado projéteis em sangue de porco antes de matar opositores islâmicos nas Filipinas. Os muçulmanos não podem ingerir carne de porco, animal considerado impuro. 

Pershing governou a província de Moro, nas Filipinas, entre 1909 e 1913, após os EUA tomarem o controle do país. As Filipinas se tornariam independentes em 1946. 

A lenda surgiu diante da instabilidade que grupos muçulmanos representavam para o governo de Pershing. 

Trump já havia sido bastante criticado por mencionar o caso durante um evento de campanha, em 2016. 

"Ele [o general] pegou 50 terroristas que fizeram um tremendo estrago () Ele pegou 50 balas e as mergulhou em sangue de porco. E ele os colocou em fileira e os seus homens mataram 49 deles. À 50ª pessoa, ele disse: 'você volte para o seu povo e diga a eles o que aconteceu. E por 25 anos não houve mais problema", disse Trump, na época. 

Nesta quinta (17), ele escreveu, após o atentado em Barcelona: "Estude o que o general Pershing, dos EUA, fez aos terroristas quando os pegou. Não teve mais terror radical islâmico por 35 anos!". 

O caso é contestado pelos historiadores. "Essa história é uma invenção e já foi desmentida há muito tempo. Me surpreende que isso ainda volte a ser falado", disse o historiador Brian McAllister Linn, da Texas A&M University, ao site de checagem de fatos Politifact. 

Minutos antes de escrever essa mensagem no Twitter, Trump havia sido mais "presidencial", condenando, em outro tuíte, o "ataque terrorista em Barcelona". "Vamos fazer o necessário para ajudar. Sejam duros e fortes, nós os amamos!"

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