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Estados Unidos

Trump confirma tarifa de 25% para Canadá e México e dobra taxa sobre a China

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promete transformar ameaças em barreiras a partir desta semana. (Foto: EFE/EPA/FRANCIS CHUNG/POOL)

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta segunda-feira (3) que México e Canadá não escaparão da nova tarifa de 25% sobre suas exportações, medida que entrará em vigor nesta terça-feira (4). E avisou que vai dobrar, para 20%, a taxa sobre produtos da China. O anúncio afetou os mercados financeiros, elevando temores sobre o aumento das barreiras econômicas na América do Norte.

"Eles terão que pagar a tarifa. O que [México e Canadá] precisam fazer, francamente, é construir suas fábricas de automóveis e outros setores dentro dos EUA. Assim, não terão que enfrentar tarifas", declarou Trump na Casa Branca. Ele também enfatizou que não há mais margem para negociações.

Além disso, o presidente anunciou que a política de reciprocidade nas tarifas de importação será aplicada a partir de 2 de abril a todos os países que impõem taxas sobre produtos americanos. A União Europeia deverá ser a mais afetada por essa nova diretriz, que fez as bolsas americanas recuarem quase 2%.

Especialistas e gestores do mercado alertam que a taxação sobre cerca de US$ 900 bilhões em importações anuais do Canadá e do México pode causar prejuízos significativos à economia americana. Paralelamente, o governo dos EUA destacou que, em 2023, morreram 72.776 pessoas no país devido ao consumo de opioides sintéticos.

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As tarifas entrarão em vigor às 12h01 de terça-feira, impondo uma taxa de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, além de uma tarifa adicional de 10% sobre a energia exportada pelo Canadá. A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, afirmou que o país está preparado para responder às medidas, classificando-as como um fator de "imprevisibilidade e caos".

Em entrevista à CNN, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, destacou que México e Canadá avançaram na segurança de suas fronteiras, mas ainda precisam reforçar os esforços para conter o tráfico de fentanil, fator crucial para a redução das mortes causadas pelo opioide nos EUA.

Nesta terça-feira, Trump também anunciou que deve dobrar as tarifas sobre produtos chineses, elevando as taxas de 10% para 20%, caso Pequim não interrompa o tráfico de fentanil para os Estados Unidos. Lutnick não indicou mudanças nessa decisão, que pode impactar US$ 439 bilhões em importações anuais.

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Após escapar de uma primeira rodada de tarifas de Trump ao enviar tropas para reforçar sua fronteira norte, o México intensificou as operações antidrogas e sugeriu medidas adicionais sobre produtos chineses importados. A presidente Claudia Sheinbaum afirmou que responderá às novas tarifas, embora não tenha detalhado como.

O assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, minimizou as preocupações sobre os impactos inflacionários das tarifas, classificando-os como "pequenos e de segunda ordem". No sábado, Trump ampliou sua agenda protecionista ao anunciar uma investigação sobre importações de madeira serrada e produtos derivados, setor que já sofre com tarifas de 14,5% nos EUA sobre a madeira serrada de coníferas canadense.

Primeira ação envolveu importação de pequenos pacotes vindos dos vizinhos

Na semana passada, o presidente também ordenou a retomada de investigações tarifárias contra países que taxam serviços digitais, sugeriu uma taxa de até US$ 1,5 milhão para navios chineses que entrarem em portos americanos e abriu uma nova investigação sobre importações de cobre.

Para reforçar as medidas tarifárias contra México e Canadá, a Casa Branca emitiu no domingo novas ordens determinando que pacotes de baixo valor oriundos desses países não poderão mais entrar nos EUA com isenção fiscal para remessas abaixo de US$ 800. Autoridades alegam que traficantes de fentanil exploram essa isenção para enviar drogas e precursores químicos sem fiscalização adequada.

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