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US$ 397 mil

Trump corta verba para projeto ideológico voltado a agricultores “queer e trans” nos EUA

Trump cancelou subsídio de US$ 379 mil para projeto voltado a agricultores “trans e queer” nos EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump (Foto: Win McNamee/EFE/EPA/POOL)

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A secretária de Agricultura do governo do presidente Donald Trump, Brooke Rollins, reforçou durante reunião de gabinete realizada na Casa Branca nesta segunda-feira (24) o cancelamento de um subsídio federal de US$ 379 mil destinado a ações com foco ideológico na Califórnia.

O valor estava sendo aplicado para “educar agricultores urbanos queer, trans e BIPOC sobre justiça alimentar e mercados alinhados a valores” na região da Baía de São Francisco. A sigla “BIPOC” refere-se a “negros, indígenas e pessoas de cor”.

A suspensão do contrato havia sido anunciada por Rollins dias antes, em 12 de março, por meio de sua conta na rede social X.

“O Departamento de Agricultura estava financiando uma subvenção de US$ 397 mil na Baía de São Francisco para educar agricultores urbanos e consumidores queer, trans e BIPOC sobre justiça alimentar e mercados alinhados a valores. Esta subvenção foi CANCELADA”, publicou a secretária em seu perfil oficial na rede social. No mesmo post, ela marcou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), chefiado por Elon Musk.

Junto ao comunicado, Rollins divulgou um vídeo em que explica a decisão.

“Ao interromper esse gasto desperdiçado aqui no USDA (Departamento de Agricultura), estamos encerrando a política identitária e estamos redirecionando nossa agência para sua missão principal: apoiar a agricultura, a pecuária e o setor florestal americanos”, declarou.

Na reunião do gabinete de Trump, a secretária deu mais detalhes sobre os contratos suspensos nos últimos dias.

“Cancelamos um contrato de US$ 300 mil voltado à educação sobre justiça alimentar para agricultores queer e transgêneros em São Francisco. Cancelamos um contrato semelhante em Nova York — novamente, para educar agricultores queer e transgêneros sobre justiça alimentar e igualdade alimentar. Eu nem sei o que isso significa. Mas aparentemente o último governo (liderado pelo democrata Joe Biden) queria colocar nossos impostos nisso”, afirmou.

Rollins também mencionou outras ações que foram suspensas por apresentarem viés ideológico, muitas delas com valores elevados.

“Cancelamos também um contrato de US$ 600 mil na Louisiana que estava estudando os ciclos menstruais de homens transgêneros — um contrato de US$ 600 mil. Cancelamos outro contrato com uma universidade no meio-oeste que buscava inserir mais diversidade, equidade e inclusão na indústria de controle de pragas. De novo, isso não faz sentido. Não faz nenhum sentido usar o dinheiro do contribuinte para isso. Sei que esses são apenas alguns exemplos das centenas de coisas que encontramos”, declarou.

Ainda na semana do dia 12 de março, o próprio DOGE, liderado por Musk, anunciou a suspensão de 239 contratos considerados ideológicos em apenas dois dias, com teto total de US$ 1,7 bilhão. Segundo o departamento, os cancelamentos geraram uma economia de US$ 400 milhões aos cofres públicos.

Entre os contratos cancelados estavam um acordo de US$ 8,5 milhões para consultorias de “reestruturação e inovação administrativa”, e vários financiamentos do Instituto Nacional de Saúde (NIH), incluindo US$ 699 mil para estudar o “uso de cannabis entre indivíduos diversos em identidade de gênero” e US$ 620 mil para um “programa de prevenção de gravidez na adolescência LGB+ inclusivo voltado a meninos transgêneros”.

Outro projeto cancelado foi um estudo na Universidade do Colorado, que havia recebido US$ 225 mil para investigar os "efeitos hormonais em dores de cabeça em adolescentes transmasculinos".

Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o DOGE, sob comando de Elon Musk, tem como prioridade revisar contratos públicos e eliminar gastos considerados ineficientes ou com foco em ativismo político. A meta, segundo a gestão, é cortar bilhões de dólares em despesas que se distanciem da função essencial do governo.

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