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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu uma longa entrevista ao site Politico na segunda-feira (8), cuja íntegra foi divulgada hoje. Entre outros pontos, o mandatário americano disse que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está com os dias contados.
A pressão sobre o líder chavista aumentou nas últimas semanas, depois que Trump afirmou que Washington deve iniciar uma ação militar por terra na Venezuela contra o narcotráfico, após uma operação em águas internacionais no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico que já deixou mais de 80 mortos.
Na entrevista ao Politico, Trump não quis dar maiores detalhes sobre os próximos passos, mas voltou a fazer acusações contra Maduro.
“Posso dizer o seguinte: ele nos enviou milhões de pessoas, muitas vindo de prisões, muitos traficantes, chefões do tráfico, pessoas de instituições psiquiátricas... Ele as enviou para o nosso país, onde tínhamos um presidente muito estúpido. Você sabe disso”, disse o republicano.
“[O ex-presidente democrata Joe] Biden é uma pessoa com baixo QI, especialmente hoje em dia. Quer dizer, ele já tinha baixo QI há 30 anos, mas agora está ainda pior. E o que ele fez com o nosso país não foi bom. O Tren de Aragua, uma das gangues mais perigosas do mundo [da Venezuela, que hoje opera em cidades americanas]”, afirmou Trump, que em seguida afirmou: “Os dias dele [Maduro] estão contados”.
O presidente americano não confirmou, ao contrário de declarações anteriores, se haverá uma operação terrestre na Venezuela.
“Não quero confirmar nem descartar. Não falo sobre isso. Por que eu falaria com vocês, uma publicação extremamente hostil, se você quiser chamá-la de Politico, que recebeu US$ 8 milhões do [ex-presidente Barack] Obama para continuar operando? Por que eu faria isso?”, disse, numa referência a assinaturas do site que o governo dos Estados Unidos fez durante gestões democratas e que Trump cancelou.
O presidente republicano, cujo governo divulgou na semana passada um novo plano de segurança nacional que alertou para o risco do fim da “civilização europeia”, devido à imigração e ao que chamou de censura na Europa, voltou a criticar o Velho Continente na entrevista, sugerindo que a parceria com os Estados Unidos poderia ser encerrada nos próximos anos.
“Sabe, depende. Eles vão ter que mudar de ideologia, obviamente, porque as pessoas que estão entrando têm uma ideologia totalmente diferente. Isso vai enfraquecê-los muito. Eles serão muito... muito mais fracos e muito diferentes”, acusou.
“Eu conheço os bons líderes. Conheço os maus líderes. Conheço os inteligentes. Conheço os estúpidos. Há alguns realmente estúpidos também. Mas, bem, eles não estão fazendo um bom trabalho. A Europa não está fazendo um bom trabalho em muitos aspectos”, disparou.
Trump também fez críticas ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que na segunda-feira, ao discutir a proposta de paz dos Estados Unidos para encerrar a guerra com a Rússia, disse a líderes europeus em Londres que Kiev não fará concessões territoriais a Moscou.
“Bem, ele precisa ler a proposta. Na verdade, ele ainda não leu”, disse o presidente americano. “Seria bom se ele lesse. Sabe, muita gente está morrendo. Então seria muito bom se ele lesse. A equipe dele adorou a proposta. Eles gostaram muito. Os assessores dele, os principais funcionários, gostaram, mas disseram que ele ainda não leu. Acho que ele deveria arranjar um tempo para ler”, afirmou Trump.
Reiterando uma reivindicação que fez no início do seu segundo mandato, o republicano disse que a Ucrânia precisa realizar eleições presidenciais. Elas estavam previstas para 2024, mas foram suspensas porque o país está sob Lei Marcial devido à guerra, o que impede que eleições sejam realizadas.
“Sim, acho que está na hora. Acho que é um momento importante para realizar uma eleição. Eles estão usando a guerra [como desculpa] para não realizar eleições, mas, bem, eu acho que o povo ucraniano deveria ter essa escolha. E talvez Zelensky ganhasse. Não sei quem ganharia. Mas eles não têm eleições há muito tempo. Sabe, eles falam de democracia, mas chega a um ponto em que deixa de ser democracia”, acusou.







