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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, subiu o tom contra o Irã neste domingo (15), afirmando que qualquer ofensiva iraniana contra o território americano será respondida com força inédita. “Se o Irã atacar os Estados Unidos de qualquer forma, enfrentará o poderio militar americano em níveis nunca vistos antes”, declarou Trump em sua rede Truth Social.
O chefe da Casa Branca reiterou que os EUA “não tiveram nada a ver com um ataque ao Irã durante a noite” e afirmou que Washington está em posição de “facilmente fechar um acordo entre Irã e Israel e acabar com esse conflito sangrento”. Trump também reforçou seu apoio irrestrito a Israel e advertiu Teerã: “O Irã pode evitar mais destruição se aceitar um novo acordo nuclear”.
Ao mesmo tempo em que ameaça poderia sem precedentes se Irã atacar os EUA, Trump garante que em breve haverá paz entre Irã e Israel. "Irã e Israel devem chegar a um acordo, e eles chegarão a um acordo, assim como eu consegui que a Índia e o Paquistão fizessem. Em breve, haverá paz entre Israel e Irã! Muitas ligações e reuniões estão ocorrendo agora", escreveu o mandatário em sua plataforma Truth Social.
Ele também afirmou que sua liderança foi decisiva para evitar diversos conflitos internacionais durante seu primeiro mandato, citando como exemplo as tensões entre Índia e Paquistão, Sérvia e Kosovo, além da disputa entre Egito e Etiópia em torno do rio Nilo.
Segundo Trump, foi com o argumento do "comércio" com os EUA que seu governo conseguiu trazer "razão, coesão e sanidade" às negociações entre Nova Délhi e Islamabad.
Ele também relembrou que, durante sua gestão anterior, "Sérvia e Kosovo se envolveram em uma luta amarga" que, segundo ele, quase resultou em uma guerra — mas que foi evitada graças à sua intervenção.
"Outro caso é o de Egito e Etiópia, e sua luta por uma enorme barragem que está afetando o magnífico rio Nilo. Há paz, pelo menos por enquanto, graças à minha intervenção, e continuará assim! Da mesma forma, em breve, haverá paz entre Israel e Irã", declarou Trump.
Irã acusa EUA de apoiar Israel nos ataques
Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, acusou os Estados Unidos de apoiar diretamente as ações militares israelenses. “Temos provas sólidas que mostram o apoio das forças e bases americanas nos ataques”, afirmou o chanceler iraniano durante uma reunião com embaixadores, segundo a agência estatal Irna.
Araqchi destacou que a ofensiva de Israel “nunca teria ocorrido sem o acordo e o apoio dos Estados Unidos”. Apesar das mensagens privadas enviadas por Washington negando qualquer envolvimento, o ministro iraniano desconfia das alegações. “Recebemos mensagens dos Estados Unidos negando sua participação no ataque recente, mas não acreditamos nelas”, afirmou. “As mensagens privadas não são suficientes.”
O chanceler ainda condicionou o cessar dos ataques iranianos ao fim das hostilidades israelenses: “Se a agressão parar, nós também pararemos”, declarou, justificando as ofensivas como “puramente em defesa legítima”.
Negociações suspensas
As declarações ocorrem no contexto da terceira noite de intensos confrontos entre Irã e Israel, após a ofensiva iniciada na madrugada de quinta-feira (12). Estava prevista para este domingo uma nova rodada de negociações nucleares em Omã, mas Teerã decidiu não participar, em resposta aos bombardeios israelenses.
Apesar de não manterem relações diplomáticas formais, Irã e Estados Unidos costumam se comunicar por meio da Suíça ou de países como Omã e Catar, que atuam como intermediários.
