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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confessou neste domingo, em entrevista à emissora "NBC", que ficou "muito irritado" quando o mandatário russo, Vladimir Putin, criticou a credibilidade do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, e ameaçou a Rússia com novas tarifas caso não facilite um acordo para acabar com a guerra.
"Se a Rússia e eu não conseguirmos chegar a um acordo para acabar com o derramamento de sangue na Ucrânia, e se eu acreditar que a culpa foi da Rússia, o que pode não ser, vou impor tarifas secundárias sobre o petróleo, sobre todo o petróleo que sai da Rússia", disse Trump em ligação telefônica com a emissora.
Trump afirmou que isso significaria que "se você comprar petróleo da Rússia, não poderá fazer negócios nos Estados Unidos" e que a tarifa poderia chegar a 50%.
O político republicano detalhou ainda que as taxas entrarão em vigor em um mês se não houver acordo de cessar-fogo e que Putin sabe que ele está com raiva, mas que tem "um relacionamento muito bom" com o presidente russo e que "a raiva se dissipará rapidamente... se ele (Putin) fizer a coisa certa".
Trump, inclusive, disse que os dois planejam conversar novamente nesta semana.
As observações do presidente dos EUA foram feitas depois que Putin propôs, na sexta-feira passada, substituir o governo de Zelensky por uma administração temporária para realizar eleições na Ucrânia e, segundo ele, em última instância, "começar a negociar um acordo de paz".
"Um governo temporário poderia ser introduzido na Ucrânia sob os auspícios da ONU, dos EUA, dos países europeus e de outros parceiros", disse Putin à época.
De acordo com Trump, essas palavras o deixaram muito irritado, mas a fala de Putin está de acordo com os comentários anteriores do presidente dos EUA, que há pouco mais de um mês chamou Zelensky de "ditador sem eleições" e depois o repreendeu em uma reunião no Salão Oval da Casa Branca, a ponto de convidá-lo a deixar a reunião.



