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Nesta foto de arquivo tirada em 18 de novembro de 2018, imigrantes de Honduras olham pela cerca que delimita a fronteira EUA-México em San Ysidro, Califórnia | SANDY HUFFAKER/AFP
Nesta foto de arquivo tirada em 18 de novembro de 2018, imigrantes de Honduras olham pela cerca que delimita a fronteira EUA-México em San Ysidro, Califórnia| Foto: SANDY HUFFAKER/AFP

Após a Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovar ontem à noite um novo pacote orçamentário com previsão de verba para a construção de um muro na divisa com o México, o presidente Donald Trump afirmou que se os democratas no Senado, cujos votos são necessários para que a proposta avance pela Casa e à sanção presidencial, votarem "não" à barreira, haverá uma paralisação parcial do governo federal que durará por "um tempo muito longo".

Apesar de toda a pressão e tentativa de jogar a responsabilidade para a oposição, Trump concedeu que precisa dos votos da bancada democrata no Senado, mas ela "provavelmente votará contra Segurança na Fronteira e o Muro mesmo que eles saibam que ele é desesperadamente necessário". "Shutdown hoje se Democratas não votarem por Segurança na Fronteira!", reforçou o número 1 da Casa Branca, por via das dúvidas.

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Em uma série de publicações sobre o tema, Trump também apelou ao líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell (Kentucky), insistindo que ele deveria lutar "tão duro quanto ele já lutou por qualquer coisa" para que a proposta passe também pela instância mais alta do Legislativo.

Nesse cenário, se a matéria fosse encaminhada para sanção presidencial ainda nesta sexta-feira, seria possível impedir uma paralisação de cerca de 20% da máquina pública federal a partir do primeiro minuto deste sábado, quando expira o atual orçamento-tampão. 

"Ele precisará de votos Democratas, mas, como mostrado na Câmara, coisas boas acontecem", comentou o presidente. Entre os deputados, a medida orçamentária foi aprovada por 217 votos a favor e 185 contra, separando US$ 5,7 bilhões para o muro. Atualmente, os republicanos têm maioria na Casa, mas, em janeiro, os democratas assumirão o controle. 

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O Senado havia aprovado na quarta-feira (19) um outro projeto orçamentário que estenderia os recursos para o financiamento do governo até 8 de fevereiro, mas o texto não incluía os fundos para o muro. Diante da ausência da verba para a barreira de concreto, Trump cruzou os braços e se negou a subscrever a proposta. Hoje, se defendeu: "Se Democratas suficientes não votarem [pelo muro], haverá uma Paralisação Democrata!".

Promessa de campanha

O cântico "Construa o Muro!" foi difundido por Trump como promessa de campanha a seus seguidores ainda nos tempos da corrida presidencial de 2016, na época alegando que a obra bilionária seria paga pelo México. Assim, o republicano insiste que "não há mais nada que funcionará" para conter o fluxo imigratório pela fronteira sulista. "É como a roda, não há nada melhor. Eu conheço tecnologia melhor que qualquer um, e tecnologia em uma fronteira só é efetiva em conjunção com um Muro."

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Ele apontou para Israel, onde, segundo Trump, os muros são "99,9%" bem-sucedidos. "Não será nada diferente na nossa Fronteira Sulista! Centenas de Bilhões de dólares economizados", disse.

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