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Presidente dos EUA, Donald Trump| Foto: MANDEL NGAN/AFP

O presidente Donald Trump sugeriu a realização de estudos com desinfetante e luz ultravioleta para tratar a Covid-19, enquanto os Estados Unidos estão prestes a contabilizar 50 mil mortes pelo novo coronavírus.

Na manhã desta sexta-feira (24), 49.960 óbitos pela Covid-19 haviam sido registrados em todo o país segundo a Universidade Johns Hopkins e o levantamento feito pelo jornal Washington Post. Apenas em Nova York, o estado mais atingido pela doença, 16 mil pessoas morreram.

Desde 14 de abril, os Estados Unidos passaram a adicionar à lista os óbitos que provavelmente foram causados pela Covid-19, além dos confirmados por teste. O mesmo se aplica aos casos, que já somam 869.172, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Os EUA são o país que mais testou pessoas para a Covid-19, cerca de 4,6 milhões. Apesar disso, um estudo preliminar feito com 3.000 pessoas no estado de Nova York sugeriu que o novo coronavírus se espalhou mais cedo e infectou muito mais pessoas do que mostram os dados oficiais.

Enquanto isso, o presidente Donald Trump sugeriu, em coletiva de imprensa da força-tarefa contra a Covid-19 nesta quinta-feira (23), que a injeção de desinfetante em pacientes com coronavírus deveria ser testada como tratamento, causando constrangimento entre a equipe que o acompanhava e alarme de especialistas em saúde.

A declaração veio depois que, William Bryan, chefe interino da Diretoria de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna dos EUA, apresentou o resultado de uma pesquisa do governo americano que indicava que alvejante ou álcool isopropílico poderia matar o coronavírus na saliva ou em fluídos respiratórios em até cinco minutos. O estudo também revelou que a exposição à luz do sol e ao calor parecia enfraquecer o vírus mais rapidamente.

Trump então sugeriu que a pesquisa deveria ser levada adiante. "Então, supondo que atingimos o corpo com uma tremenda intensidade – seja ultravioleta ou apenas uma luz muito poderosa – e acho que você disse que isso não foi verificado, mas você vai testar", disse Trump a Bryan. "Supondo que você traga a luz para dentro do corpo, o que você pode fazer através da pele ou de alguma outra maneira, e acho que você disse que também vai testar isso. Parece interessante".

Trump continua, segundo transcrição da Casa Branca: "E então eu vejo o desinfetante, onde ele acaba com o vírus em um minuto. Um minuto. E existe uma maneira de fazer algo assim, por injeção dentro ou quase uma limpeza... Portanto, seria interessante verificar isso".

Médicos alertam que desinfetantes podem matar o coronavírus em superfícies, mas consumir ou injetar essas substâncias pode levar à morte, além de não ser efetivo contra o vírus. John Balmes, pneumologista do Hospital Geral Zuckerberg de São Francisco, disse à Bloomberg News que até a inalação de certos produtos de limpeza pode causar sérios problemas de saúde. "A inalação de alvejante com cloro seria absolutamente a pior coisa para os pulmões", alertou. "Nem mesmo uma baixa diluição de água sanitária ou álcool isopropílico é segura. É um conceito totalmente ridículo", acrescentou.

Um dos maiores fabricantes de desinfetantes nos Estados Unidos emitiu um comunicado após a declaração de Trump, informando que "sob nenhuma circunstância" seus produtos podem ser ingeridos ou injetados. "Nossos produtos desinfetantes e de higiene devem ser usados ​​apenas conforme o planejado e de acordo com as diretrizes de uso. Leia o rótulo e as informações de segurança", afirmou a companhia Reckitt Benckiser.

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