
Ouça este conteúdo
O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar nesta segunda-feira (24) o juiz federal James Boasberg, que bloqueou a aplicação de uma lei de 1789 para deportar sumariamente estrangeiros, insistindo que ele deveria ser removido do cargo.
"Esse juiz é quase tão comprometido (na verdade, não tão comprometido!) quanto o juiz cuja filha ganhou milhões de dólares representando Biden/Harris contra mim, enquanto seu pai presidia um caso falso contra mim e se recusava a ser afastado. Ele deveria ser expulso da Ordem dos Advogados!", escreveu Trump em sua rede social, Truth Social, referindo-se ao juiz de Nova York Juan Merchán, que presidiu o julgamento criminal contra o presidente em 2024.
Durante esse julgamento, Trump acusou a filha do juiz, cuja empresa trabalha com políticos do Partido Democrata, de ser sua "inimiga" e pediu para substituir Merchán, um pedido rejeitado pelos promotores.
Na última semana, o presidente dos EUA acusou repetidamente Boasberg, que em 15 de março emitiu uma ordem para bloquear as deportações sob a invocação de Trump horas antes da Lei de Inimigos Estrangeiros, uma lei de 1798 que não era usada desde a Segunda Guerra Mundial e permite a remoção sumária sem uma audiência judicial.
Em sua mensagem, Trump anexou um link para uma matéria do portal conservador Just The News que afirma que Boasber participou recentemente de uma conferência em Idaho patrocinada e frequentada por indivíduos e entidades "que expressaram sentimentos anti-Trump".
Em 15 de março, três voos decolaram do Texas e aterrissaram em El Salvador, onde foram entregues mais de 200 venezuelanos acusados pelo governo dos EUA de serem membros do grupo criminoso Tren de Aragua.
A campanha de Trump contra o juiz levou o presidente da Suprema Corte, o conservador John Roberts, a repreender seus críticos e a lembrar que o circuito de apelações é o recurso desejável quando se discorda de uma decisão judicial.
Por sua vez, Boasberg disse na sexta-feira passada que irá "até o fim" para determinar se o governo violou ou não sua ordem e expressou grande preocupação com a possibilidade de um presidente dos EUA aplicar essa regra indiscriminadamente.
O caso, enquadrado no contexto da política de imigração agressiva do governo Trump, tem gerado discussões sobre a separação de poderes nos EUA.




