
Milhares de mulheres protestaram contra os planos do governo da Turquia de limitar o aborto, que os críticos acreditam que, na prática, resultará em uma proibição. Cerca de 3 mil mulheres de 20 a 60 anos se reuniram em uma praça no distrito de Kadikoy, em Istambul, carregando cartazes com os dizeres "Meu corpo, minha escolha" e gritando slogans contra o governo. Muitas estavam acompanhadas do marido ou namorado.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que o aborto é um assassinato e relatos indicam que seu governo está trabalhando em uma legislação que proíbe a operação após quatro semanas da concepção, exceto em casos emergenciais. Atualmente, o aborto é legal na Turquia, até dez semanas após a concepção.
"Ninguém tem o direito de abortar um feto", disse Erdogan em um discurso no sábado. Na última quinta-feira o ministro da saúde, Recep Akdag, causou forte reação ao afirmar a jornalistas que, se necessário, o governo inclusive tomaria conta dos bebês de vítimas de estupro, mas, no sábado, ele declarou que não quis dizer que as vítimas de estupro não podem fazer aborto.
Estratégia
Analistas dizem que Erdogan está buscando uma estratégia delicada de aumentar o poder regional da Turquia com uma população grande e ao mesmo tempo equilibrar a demografia turca diante da alta taxa de natalidade entre os curdos do país, o que é uma fonte de preocupação, já que os rebeldes curdos pedem a autonomia da região sudeste do país.



