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Ucrânia

Turchinov exige libertação de oficial de base atacada por homens armados

Presidente interino ordena que forças de segurança criem plano para reagir às ações perpetradas contra ucranianos na região da Crimeia

Menino usa uniforme militar em protesto contra guerra na Praça da Independência, em Kiev | Gleb Garanich/Reuters
Menino usa uniforme militar em protesto contra guerra na Praça da Independência, em Kiev (Foto: Gleb Garanich/Reuters)
Navios russos bloqueiam a saída da baía de Donuzlav, na Crimeia: resistência chega ao fim |

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Navios russos bloqueiam a saída da baía de Donuzlav, na Crimeia: resistência chega ao fim

O presidente da Ucrânia, Olexander Turchinov, exigiu ontem que as autoridades da Crimeia liberem Yuliy Mamchur, comandante da base ucraniana de Belbek. A instalação militar foi atacada ontem por homens armados não identificados.

Os invasores usaram veículos blindados para entrar na base, onde trocaram tiros com soldados ucranianos, deixando um militar do país e um jornalista feridos. O governo ucraniano acusa tropas russas de terem feito o ataque.

Em comunicado, Tur­chinov afirma que Mamchur foi sequestrado pelos homens armados. Ele também ordenou que as forças de segurança elaborem um plano para reagir às prisões e desaparecimentos de ucranianos na península, anexada à Rússia na semana passada.

O comandante da base de Belbek foi um dos primeiros a exigir uma posição do Ministério da Defesa sobre o futuro dos militares ucranianos na Crimeia. Há dez dias, disse que as forças não poderiam resistir por muito tempo ao ataque de militares russos, maiores e mais bem preparados.

Diante da preocupação dele e de outros comandantes, o ministro da Defesa, Igor Teniuj, pediu uma ação do governo interino, que manteve as tropas na região, apesar dos ataques. A base de Belbek foi uma das seis instalações militares invadidas por homens armados nos últimos dez dias.

A tomada das bases faz parte do decreto aprovado pelas autoridades da Crimeia após o referendo em que 97% dos votantes decidiu anexar a região autônoma ucraniana à Rússia. Além das áreas em terra, navios também foram tomados por forças aliadas de Moscou.

Transnístria

Ontem, o comandante militar da Otan, o americano Phillip Breedlove, acusou os russos de enviar um número exagerado de soldados para exercícios. Ele teme que a ação seja um disfarce para a invasão da Transnístria, região autônoma da Moldávia que faz fronteira com o oeste da Ucrânia.

O vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, nega e afirma que o contingente usado está de acordo com as normas internacionais. Com maioria russa, a Transnístria se declarou independente da Moldávia em 2008.

Defesa ordena que o último navio resista

O Ministério da Defesa da Ucrânia ordenou ontem que a tripulação do navio de guerra Konstantin Olshanski, o último sob controle de Kiev na região da Crimeia, resista até o fim contra o avanço de forças aliadas da Rússia.

A embarcação é uma das poucas instalações militares que ainda estão em poder da Ucrânia na península. Segundo o ministro Igor Teniuj, o barco está no lago Donuzlav, a 120 km da capital Simferopol, e é bloqueado por embarcações russas, que cercam a saída do lago ao mar Negro. As tripulações de outros dois navios de guerra da Ucrânia obedeceram às ordens russas e atracaram no litoral.

Teniuj disse que a embarcação está com todo o armamento certo e os marinheiros têm ordens para disparar em caso de ataque. Ele também anunciou que o governo ainda avalia a retirada de militares da Crimeia, em especial os familiares dos soldados.

Prejuízo

A perda da estrutura militar na Crimeia provocará prejuízos graves à Ucrânia, em especial na estrutura da Marinha, cujo quartel-general fica em Sebastopol. Embora não tenha reconhecido a anexação da Crimeia, o governo ucraniano não reagiu de forma concreta à ocupação de bases e navios.

A falta de rumo foi motivo de críticas dos comandantes das Forças Armadas.

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