
O general Necdet Özel, chefe do Exército turco, prometeu ontem reagir com mais força caso a Síria continue alvejando seu território, num dia em que mais morteiros caíram na região fronteiriça de Azmarin.
"Respondemos, mas, se continuar, vamos responder com maior força", disse Ötzel, em entrevista à tevê estatal TRT. Ele visitava a cidade de Akçakale, que foi bombardeada na última quinta-feira por morteiros sírios.
As Forças Armadas turcas reforçaram sua presença nos 900 quilômetros de fronteira com a Síria, e estão respondendo à altura na última semana aos disparos vindos do norte da Síria, onde as forças do presidente Bashar Assad combatem rebeldes que controlam parte do país.
Muitos civis sírios, incluindo mulheres com crianças de colo, fugiram da Síria cruzando o riacho que separa o país da Turquia na região de Azmarin. Moradores da aldeia turca de Hacipasa ajudaram a retirar os refugiados em barquinhos metálicos.
Os disparos se intensificaram na noite de terça-feira e deixaram mortos e feridos, de acordo com moradores da região. Eles afirmaram que um acampamento foi montado fora da cidade e que muitos estão tentando cruzar a fronteira. Não ficou claro se os disparos que atingiram o território turco tinham alvo definido, ou se foram um dano colateral de ataques das tropas sírias contra posições rebeldes perto da fronteira com a Turquia.
Em ambas as regiões fronteiriças, há postos médicos improvisados e ambulâncias que levam os feridos em estado mais grave para hospitais próximos. Calcula-se que há cerca de 100 mil refugiados sírios em território turco.
Otan
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse na terça-feira que a aliança militar, com 28 países, tem planos para a defesa da Turquia, um dos seus membros.
Avião civil é obrigado a pousar
Aeronaves militares turcas forçaram ontem a aterrissagem de um avião civil sírio às 14h15 locais (11h15 de Brasília), em Ancara. Pouco antes, autoridades da aviação turca proibiram seus aviões de entrarem no espaço aéreo sírio. O avião civil sírio (um Airbus A-320) ia de Moscou para Damasco, quando quatro caças F-16 das Forças Armadas da Turquia obrigaram que descesse ao solo. Logo em seguida, o avião foi cercado por policiais.
O avião pertence às Linhas Aéreas Sírias e transportava 35 passageiros. O ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, diz que ele continha "carga não civil". A imprensa local especula que a aeronave estava transportando armas.
Davutoglu disse que a Turquia apenas exerceu seu direito de investigar aviões suspeitos de carregar conteúdo militar, de acordo com as leis internacionais.



