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Tensão

Ucrânia denuncia "ocupação" da Rússia com bloqueio de aeroportos na Crimeia

Rússia nega ocupação militar de aeroporto na Crimeia, no sul da Ucrânia

Ucrânia diz que militares camuflados são russos | REUTERS/David Mdzinarishvili
Ucrânia diz que militares camuflados são russos (Foto: REUTERS/David Mdzinarishvili)

O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, denunciou nesta sexta-feira o bloqueio por militares russos dos aeroportos de Sebastopol e Simferopol, na república autônoma da Crimeia, uma ação que classificou como "invasão militar e ocupação".

"Dentro do aeroporto (de Sebastopol) há militares e guardas de fronteiras da Ucrânia. Mas fora, militares com uniforme de camuflagem e armados, sem distintivos, mas que não escondem que pertencem à Frota do Mar Negro da Rússia", escreveu Avakov em seu perfil do Facebook.

O titular interino de Interior precisou que efetivos da polícia monitoram o perímetro exterior do aeroporto, situado na cidade em que fica a base naval da Frota do Mar Negro da Rússia.

Em Simferopol, a capital da república autônoma, "119 militares com armas automáticas, uniformes camuflados e sem distintivos, chegaram ao aeroporto em vários caminhões, entraram no edifício e ocuparam o restaurante", denunciou Avakov.

"Não escondem que pertencem às Forças Armadas da Federação da Rússia. Ao serem perguntados por efetivos do Ministério do Interior da Ucrânia", que lhes disseram que são militares e que não têm o direito de estar ali, "respondem que não têm instruções para negociar" com a polícia, acrescentou o ministro.

Avakov classificou as ações como "invasão armada e ocupação, e violação de todas as normas e acordos internacionais".

"É uma provocação aberta para suscitar um conflito armado e causar derramamento de sangue. Já não é mais competência do Ministério do Interior. Quem deve se encarregar agora é o Conselho de Segurança Nacional e Defesa. Enquanto não houver um conflito armado, devem falar os diplomatas", concluiu.

Horas antes das tropas russas chegarem ao aeroporto de Simferopol, um grupo armado pró-Rússia invadiu o mesmo recinto, mas se retirou logo em seguida, após comprovar que não havia tropas ucranianas no terminal.

Grupos armados similares tomaram ontem as sedes do Parlamento e do governo autônomo da Crimeia.

Também ontem, o Legislativo da Crimeia aprovou a realização de um referendo, no próximo dia 25 de maio - o mesmo dia em que acontecem as eleições presidenciais antecipadas ucranianas -, sobre a ampliação das competências da república autônoma.

"Você apoia a autodeterminação da Crimeia dentro da Ucrânia com base em acordos e tratados internacionais?", diz a pergunta que será apresentada para consulta popular.

Cerca de 2 milhões de habitantes vivem na Crimeia, quase 60% deles são de etnia russa, 25% ucranianos e 12% tártaros.

Os russos da Crimeia acusam as novas autoridades em Kiev de usurpação do poder, após a deposição do ex-presidente Viktor Yanukovich, e de querer impor a cultura ucraniana.

Por sua parte, os tártaros defendem a unidade e integridade territorial da Ucrânia e se opõem à realização do referendo.

A Crimeia, uma península banhada pelo Mar Negro e que é sede de uma base naval russa em Sebastopol, foi "dada" em 1954, pelo então líder soviético, Nikita Kruschev, à Ucrânia, uma das repúblicas que formavam a URSS.

Rússia nega ocupação militar de aeroporto na Crimeia, no sul da Ucrânia

A Frota do Mar Negro da Rússia, com base na cidade de Sebastopol, no sul da Ucrânia, negou nesta sexta-feira que seus militares ocuparam o aeroporto dessa cidade na península da Crimeia, conforme denunciou horas atrás o ministro do Interior da ex-república soviética, Arsen Avakov.

"Nenhum destacamento da Frota do Mar Negro foi mobilizado na região do Belbek (aeroporto de Sebastopol), muito menos participaram de seu bloqueio", destacou um porta-voz oficial da frota.

No entanto, reconheceu que "devido à instabilidade em torno dos quartéis e dos locais de residência dos militares da Frota do Mar Negro na Crimeia, destacamentos antiterroristas da frota foram acionados para reforçar a segurança".

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