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Nord Stream
Vazamento de gás natural no Mar Báltico após a sabotagem dos gasodutos Nord Stream.| Foto: EFE/EPA/Guara Costeira da Suécia

Com base em fontes anônimas, o jornal americano The Washington Post, pertencente ao dono da Amazon, noticiou no sábado (11) que Roman Chervinsky, um coronel das forças especiais de operação da Ucrânia, estaria por trás da sabotagem aos gasodutos Nord Stream no ano passado.

O militar já está preso em Kiev desde abril por abuso de poder em um plano de atrair um piloto desertor russo para a Ucrânia em julho de 2022. O plano deu errado, revelando uma base aérea ucraniana que foi bombardeada, matando um soldado e deixando 17 feridos. Chervinsky nega responsabilidade e diz que foi preso por criticar o presidente Volodymyr Zelensky.

São dois gasodutos que transportam gás natural russo para a Europa, o ponto economicamente mais sensível do conflito que começou quando Vladimir Putin invadiu a Ucrânia no começo de 2022. Os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 — com participação majoritária da estatal russa Gazprom, mas também participação ocidental — foram atingidos por explosões no Mar Báltico descobertas após vazamentos serem detectados em setembro de 2022. Há um ano, investigadores da Suécia concluíram que houve sabotagem.

Segundo as fontes, o coronel teria montado uma equipe de seis pessoas que, sob identidades falsas, alugaram um veleiro e usaram equipamento de mergulho em mar profundo para plantar os explosivos nos gasodutos. Três explosões em 26 de setembro de 2022 causaram os vazamentos. Somente um duto de quatro continuou em operação.

Chervinsky teria recebido ordens de superiores que incluiriam o general Valery Zaluzhny, chefe das forças armadas ucranianas. O coronel disse ao Washington Post e à revista alemã Der Spiegel que "todas as especulações a respeito do meu envolvimento no ataque ao Nord Stream estão sendo espalhadas pela propaganda russa, sem base nenhuma".

O militar ucraniano já atuou antes em operações de inteligência. Em 2020, ele participou de um plano para atrair combatentes do Grupo Wagner para Belarus, onde seriam capturados e mandados para a Ucrânia para julgamento.

O próprio Chervinsky, na declaração aos jornais, diz que já planejou e executou operações para matar líderes separatistas pró-Putin em seu país e para "abduzir uma testemunha" que pudesse corroborar uma acusação de que a Rússia teria abatido um avião Boeing 777, do voo comercial 17 da Malaysia Airlines, nos céus da região de Donbas em 2014, deixando 298 mortos. Um tribunal holandês condenou dois russos e um ucraniano in absentia pelo abate do voo no ano passado. Foi provado que um míssil russo do tipo Buk abateu a aeronave.

Zelensky nega participação ucraniana na sabotagem aos gasodutos. "Nada disso foi feito pela Ucrânia. Eu nunca agiria dessa forma", disse ele em coletiva de imprensa. As fontes anôminas do Washington Post dizem que o presidente de fato não sabia da operação de sabotagem. Um relatório de inteligência da CIA corroboraria essa versão — além disso, a agência americana estaria sabendo da sabotagem antes de acontecer.

Chervinsky insiste que Zelenzky é enganado por espiões no alto escalão. Ele diz que provará sua inocência nos tribunais. "Dediquei minha vida inteira à defesa da Ucrânia", completa, as acusações são "sem embasamento e forçadas".

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