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Campo de refugiados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Campo de refugiados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.| Foto: Haitham Imad/EFE/EPA

A União Europeia (UE) está preparando um plano de paz composto por dez pontos para acabar com o conflito entre israelenses e palestinos, e que contempla a criação de dois Estados e a normalização das relações entre Israel e o mundo árabe, segundo publicou neste sábado o portal de informações Euractiv, parceiro da Agência EFE, que teve acesso ao rascunho.

Fontes comunitárias confirmaram à EFE a existência do texto, que é elaborado pelo Serviço Europeu de Ação Externa (Seae) – o corpo diplomático da UE – e que visa propor uma “solução crível e abrangente” para o conflito israelense-palestino. Entre as medidas propostas está a criação de um Estado palestino independente “vivendo lado a lado com Israel” e a “plena normalização” das relações entre o Estado judeu e os países do mundo árabe.

Fontes comunitárias disseram à EFE que o alto representante da UE para Relações Exteriores, o espanhol Josep Borrell, esteve envolvido na preparação deste documento.

O plano do bloco europeu exclui o movimento islâmico Hamas, que atualmente governa Gaza e é considerado um grupo terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, como interlocutor palestino. Os territórios de Gaza e da Cisjordânia seriam representados em eventuais negociações de paz pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) e pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de acordo com o projeto. “Os palestinos precisarão de uma alternativa política revitalizada ao Hamas”, diz o plano da UE citado pela Euractiv, que sujeita o fim do conflito ao estabelecimento de negociações de paz que, em primeira instância, seriam capitaneadas pela comunidade internacional.

Negociações seriam “trianguladas” para evitar choques iniciais entre palestinos e israelenses

No documento, a UE considera que não é realista assumir que em um futuro próximo os israelenses e os palestinos quererão participar “em negociações de paz bilaterais para alcançar uma paz abrangente, muito menos concluir essas negociações”. Para evitar que, desde o início, palestinos e israelenses tenham de se sentar à mesma mesa, o roteiro da UE propõe uma “forte participação internacional” em todo o processo, que começaria com a realização de uma conferência de paz preparatória que assentaria as bases para a negociação subsequente. A conferência contaria com a participação da UE, dos Estados Unidos, do Egito, da Jordânia, da Arábia Saudita, da Liga Árabe e das Nações Unidas; todos eles em contato constante com responsáveis ​​israelenses e palestinos “a cada passo e a qualquer momento”, com o objetivo de desenhar, no prazo de um ano, o primeiro esboço de um plano de paz.

O documento levaria em conta os comentários de todas as partes envolvidas, bem como as resoluções da ONU e as conclusões do Conselho Europeu, e seria repassado como uma espécie de ponto de partida às “partes em conflito”, que a partir de então negociariam o texto final. Na opinião da UE, este processo deveria incluir também “um pacote de apoio à paz” como incentivo para que as negociações cheguem a uma conclusão bem sucedida.

Esse rascunho surge pouco antes de, na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores dos países da UE se reunirem em Bruxelas para abordar a crise desencadeada no Oriente Médio após a guerra na Faixa de Gaza. Um porta-voz da Comissão Europeia explicou à EFE que, durante a reunião, os ministros discutirão fórmulas que possam reavivar o processo de paz entre Israel e Palestina.

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