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Vitória de Noboa

UE apoia resultados eleitorais do Equador e rejeita alegação de fraude

Coordenadores da missão de observação eleitoral da União Europeia rejeitaram acusações da esquerda de que pleito no Equador teria sido fraudado (Foto: EFE/José Jácome)

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A missão de observação eleitoral da União Europeia no Equador descartou “categoricamente” a possibilidade de fraude no segundo turno das eleições presidenciais que deram a vitória a Daniel Noboa sobre Luisa González, que não aceitou os resultados e exigiu uma recontagem dos votos.

“Tudo ocorreu com absoluta normalidade e não há nenhum elemento que possa apoiar essa história de fraude nessas eleições”, disse o chefe da missão eleitoral da UE, o eurodeputado espanhol Gabriel Mato, em entrevista coletiva nesta terça-feira (15), quando apresentou seu relatório preliminar.

Mato reiterou que não houve “um único elemento objetivo que indique que houve fraude”, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) contou 99,3% dos votos e determinou que Noboa, candidato à reeleição, recebeu 55,6% dos votos válidos, em comparação com 44,4% de Luisa.

O chefe da missão destacou que o segundo turno das eleições presidenciais no Equador foi uma “jornada eleitoral transparente e bem organizada que refuta as narrativas de fraude, mas com a necessidade de enfrentar reformas”, pois ressaltou que o processo teve “desequilíbrios”.

Entre eles, Mato considerou que a questão da licença que o presidente deve solicitar para o período de campanha eleitoral - que Noboa se recusou a solicitar para relatar “ausências” do cargo em dias com atividades eleitorais - “não foi uma questão bem resolvida e requer reflexão para processos futuros”.

“É necessário evitar confundir os papéis de candidato e presidente, que devem ser perfeitamente delimitados”, afirmou.

O eurodeputado espanhol também alertou que o financiamento das campanhas dos candidatos “é um elemento que precisa ser melhorado” e comentou que a cobertura na imprensa nacional tem sido tratada de forma desigual entre os dois candidatos, enquanto “as redes sociais carecem de uma regulamentação mais eficaz para evitar a desinformação e também para garantir a imparcialidade”.

“A desinformação, muitas vezes amplificada por anúncios pagos, é uma questão pendente. Alguns elementos são a narrativa da fraude, que rejeitamos veementemente”, acrescentou Mato.

Com relação à proibição imposta neste segundo turno de votar com um telefone na mão para evitar possíveis extorsões de eleitores, o chefe da missão da UE comentou que não havia circunstâncias a relatar em sua aplicação.

“Foi um dia calmo, com grande presença de representantes dos dois partidos políticos, que puderam acompanhar todo o dia e a apuração com total liberdade e sem restrições, apesar dos temores infundados de que um estado de emergência estivesse em vigor em algumas regiões do país”, concluiu.

O chefe da delegação de observadores do Parlamento Europeu, Nacho Sánchez Amor, advertiu que alegações infundadas de fraude “causam enormes danos à institucionalidade”.

“Essas acusações de fraude nunca se traduzem em acusações formais com provas e procedimentos legais. Parem de usar a fraude como um elemento normalizado da campanha eleitoral. Não observamos fraude porque as alegações também não foram levadas aos procedimentos estabelecidos”, comentou Sánchez Amor.

O eurodeputado criticou a elite política equatoriana por “dar a impressão de viver em outro país” e lamentou que “alguns argumentos [sobre as acusações de fraude] deixaram muito a desejar, como justificar a reclamação de que o resultado não é o mesmo que o refletido nas pesquisas ou nas pesquisas de boca de urna”.

“O que conta é o voto, não uma pesquisa ou a boca de urna. A mesma coisa aconteceu no primeiro turno. Os resultados que as pesquisas e a boca de urna diziam não aconteceram. Não houve fraude sistemática nessas eleições, como demonstrado pelo fato de que ninguém se atreve a apresentar provas”, concluiu.

Essa foi a primeira missão de observação eleitoral da UE no Equador e foi composta por mais de cem pessoas, a maior delegação de observadores, seguida de perto pelos cerca de 80 enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Conteúdo editado por: Fábio Galão

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