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Personagem

Última testemunha do fim de Hitler morre aos 96 anos

Ex-sargento da SS que trabalhou como guarda-costas do líder nazista ganhou a vida como pintor de paredes

Fotografia de Rochus Misch (à esq.) feita em 8 de junho de 2006; Hitler (à dir.) cometeu suicídio com a mulher, Eva Braun, em Berlim | Steffen Kugler/Efe; Istituto Nazionale Luce sobre imagem da Biblioteca do Congresso dos EUA/Creative
Fotografia de Rochus Misch (à esq.) feita em 8 de junho de 2006; Hitler (à dir.) cometeu suicídio com a mulher, Eva Braun, em Berlim (Foto: Steffen Kugler/Efe; Istituto Nazionale Luce sobre imagem da Biblioteca do Congresso dos EUA/Creative)

Morreu na quinta-feira aos 96 anos, em Berlim, na Alemanha, Rochus Misch, ex-guarda-costas do ditador alemão Adolf Hitler. Ele era a última testemunha viva do suicídio do mandatário e de sua esposa, Eva Braun, em um bunker da capital alemã, em 1945.

Misch sofria com as complicações de um acidente vascular cerebral, segundo Michael Stehle, detentor dos direitos de um livro publicado em 2007, no qual Misch descreveu seus anos ao lado de Hitler. A obra deverá ser publicada em inglês nas próximas semanas e teve prefácio escrito pessoalmente pelo escudeiro.

Pintor de parede, Rochus Misch se juntou muito jovem a SS, organização ligada ao partido de Hitler. Ele serviu ao führer até 2 de maio de 1945, três dias depois de o ditador ter se suicidado. Assim, Misch foi um dos últimos a ver o corpo de Hitler antes de ser queimado.

"Hitler, sentando em uma poltrona, estava caído em sua mesa e Eva Braun estava deitada ao seu lado. Eu o vi com os meus próprios olhos", declarou Misch à agência de notícias AFP em uma entrevista realizada em 2005.

Aprisionado pelos russos, Misch passou oito anos em campos de concentração no Cazaquistão e na Sibéria antes de retornar a Berlim em 1953 e retomar seu trabalho como pintor. No setor oeste da capital alemã, Misch trabalhou em uma loja de pintura até sua aposentadoria.

Ele nunca se afastou verdadeiramente do nacional-socialismo, e continuava a descrever Hitler, a serviço do qual esteve a partir de 1940, como alguém "amável" e "gentil". "Ele não era brutal. Ele não era um monstro. Ele era um super-homem", disse Misch. No entanto, o ex-sargento reconheceu e condenou as mortes em campos de concentração.

"Agora estou bem informado", disse em 2009. "Está claro que aconteceram coisas horríveis. Não há desculpa possível, houve campos de concentração. Isso não é possível negar".

Na entrevista à AFP, ele se distanciou de questões centrais a respeito de culpa e responsabilidade, afirmando que não sabia nada a respeito da morte de 6 milhões de judeus e que Hitler nunca tratou do assunto em sua presença.

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