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Um ano após Charlottesville, movimentos da extrema direita e antirracistas protestam nas ruas de Washington

Protesto liderado por protesto por ativistas de extrema direita em Washington reuniu pouco mais de 20 pessoas. Já os movimentos antirracistas atraíram milhares de manifestantes neste domingo

Polícia escolta os manifestantes de extrema-direita liderados pelo organizador do 'Unite the Right', Jason Kessler (bandeira), durante um protesto em Lafayette Park, em frente à Casa Branca em 12 de agosto de 2018, em Washington, DC | NICHOLAS KAMM/AFP
Polícia escolta os manifestantes de extrema-direita liderados pelo organizador do 'Unite the Right', Jason Kessler (bandeira), durante um protesto em Lafayette Park, em frente à Casa Branca em 12 de agosto de 2018, em Washington, DC (Foto: NICHOLAS KAMM/AFP)

O protesto realizado neste domingo (12) por ativistas de extrema direita em Washington reuniu pouco mais de 20 pessoas – bem abaixo dos cerca de 400 esperados pela organização – e terminou sem confrontos.

O evento Unir a Direita 2 ocorreu no aniversário de um ano da primeira manifestação, em Charlottesville. Na ocasião, uma ativista antirracista, Heather Heyer, de 32 anos, foi atropelada e morta por um neonazista.

Os protagonistas deste domingo acabaram sendo os movimentos antirracistas, como o Black Lives Matter e o Black Leaders Organizing for Change, que atraíram milhares de manifestantes para o parque Lafayette, em frente à Casa Branca, e ruas do entorno.

Os grupos começaram a se reunir no início da tarde. Bradavam frases como "Eu amo ser negro!", "Nós não vamos embora de jeito algum, a Ku Klux Klan que deve ir" e "O que fazemos? Ficamos de pé e reagimos".

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"Eu vim para promover e apoiar o amor e lutar contra os supremacistas brancos, o ódio, o racismo e a opressão", afirmou a gerente de projetos Ivory Mahogany, 31, moradora de Washington.

Ela acredita que os extremistas se sentem mais empoderados com o presidente americano, Donald Trump. "Já vivemos dias piores, mas a história se repete e temos que parar o que eles representam".

Mel Gooden, 30, diz que eles não podem achar normal promover o ódio. "Eu me recuso a ter medo de viver a minha vida", diz.

‘Quero ficar sozinho com pessoas da minha raça’

Os racistas, separados dos outros manifestantes por grades e um forte aparato policial, chegaram por volta das 15h30 (16h30 em Brasília) em meio a muitas vaias.

O estudante universitário Dan, 19, que não quis revelar o sobrenome, chegou atrasado e não encontrou os colegas do Unir a Direita a tempo.

Em frente à estação de metrô Foggy Bottom, nos arredores da Universidade George Washington, disse que se juntou ao grupo há cerca de um ano e que veio lutar por uma América mais branca e pela liberdade de expressão.

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Apesar de defender esses valores, diz que não é um supremacista, mas um separatista. Ele culpa os negros pela violência do país. "Quero ficar sozinho com pessoas da minha raça, quero espaço para aproveitar as minhas próprias pessoas".

A programação no site oficial do Unir a Direita dizia que o ato duraria até as 19h30. Mas, às 17h (18h em Brasília), já não havia muita movimentação no entorno da Casa Branca. O tempo chuvoso não contribuiu para os planos.

No sábado (11), Trump afirmou condenar "todos os tipos de racismo e atos de violência", sem criticar diretamente os racistas.

"Os atos em Charlottesville um ano atrás resultaram em uma morte sem sentido e em divisão. Precisamos nos juntar como nação", afirmou.

No ano passado, o presidente declarou que ambos os lados do protesto eram responsáveis pela tragédia.

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