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Gustavo Petro, presidente eleito da Colômbia
Gustavo Petro, presidente eleito da Colômbia| Foto: EFE/Mauricio Dueñas Castañeda

A atual onda marxista na América Latina obteve seu maior triunfo até agora em junho, quando a Colômbia elegeu um ex-terrorista como presidente. Essa investida, há muito tempo em andamento, ameaça a segurança nacional dos Estados Unidos e atinge seu auge no pior momento possível – em um momento em que não há liderança em Washington.

Gustavo Petro, ex-guerrilheiro do grupo M-19 e controverso ex-prefeito de Bogotá, agora vai liderar o importante aliado regional dos Estados Unidos, após uma vitória apertada – obteve 50,48% dos votos – sobre o candidato populista Rodolfo Hernandez em 19 de junho.

Petro prometeu “democratizar” terras privadas improdutivas – um eufemismo de novilíngua para apropriação de terras –, redistribuir as pensões privadas e impedir novas licenças para produção de petróleo e gás (ele sabe que o extremismo ambiental é outra maneira de atacar o capitalismo). Ele alega que não vai expropriar totalmente a terra, mas que seu governo vai aumentar os impostos sobre as propriedades que considera improdutivas e que, se o proprietário não puder pagar, terá que entregá-las ao governo.

Comunistas entendem perfeitamente o que Petro representa. O site marxista “Em Defesa do Marxismo” chamou a vitória de Petro de “um ponto de virada na luta de classes em um país no qual a oligarquia capitalista sempre desempenhou o papel de carrasco com impunidade”.

Em Caracas, Nicolás Maduro, cuja ditadura marxista arruinou a Venezuela, anunciou acertadamente que uma “nova era” está começando no país vizinho. O mesmo foi dito pelo ex-líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn, cujo período na liderança do seu partido foi manchado pelo antissemitismo. “Notícias incríveis da Colômbia, com a eleição de um presidente socialista, que mostrou o poder da organização comunitária”, tuitou Corbyn.

A Colômbia, todos eles compreendem, está agora finalmente dentro da órbita revolucionária, pronta para se tornar uma aliada de China, Rússia, Irã, Cuba e todos os outros inimigos dos Estados Unidos.

Maduro e seus chefes em Havana têm o direito de comemorar. Seu antecessor, Hugo Chávez, foi mentor de Petro, que o trouxe para Bogotá em 1994, cinco anos antes da sua eleição na Venezuela. Petro era então parlamentar, após seu grupo narcoterrorista M-19 ter se dissolvido e recebido anistia em 1990.

O complexo marxista-terrorista-narcotraficante da Colômbia se tornou um aliado crucial de Chávez e depois de Maduro, após a morte de Chávez em 2013. Como aponta a organização de jornalismo investigativo Insight Crime, os cartéis colombianos enviam “cocaína através da Venezuela com destino aos mercados americano e europeu, enquanto o contrabando de combustível na Venezuela acelerou na direção contrária”. Petro também é um membro respeitado do Foro de São Paulo, grupo marxista de governos e atores não estatais, que colabora como um elo de coordenação.

O governo de Iván Duque, que está chegando ao fim na Colômbia, obviamente sofreu com a interferência da Venezuela nos assuntos do país. Quando o presidente Donald Trump ofereceu apoio ao opositor de Maduro, Juan Guaidó, em 2019, Colômbia, Chile e Equador, aliados dos Estados Unidos, apoiaram essa posição. Maduro prometeu se vingar, gerando instabilidade nos países vizinhos.

“Estamos caminhando para um furacão bolivariano”, disse ameaçadoramente Diosdado Cabello, aliado de Maduro na Assembleia Nacional da Venezuela, em outubro de 2019. “Ele não pode ser detido por absolutamente ninguém. O que está acontecendo no Peru, o que está acontecendo no Chile, o que está acontecendo na Argentina, o que está acontecendo em Honduras, no Equador é apenas uma brisa. Um furacão está por vir. É absolutamente impossível que a Colômbia permaneça como está. É absolutamente impossível que o Brasil continue como está. Não há alternativa.”

Cinco presidentes já caíram, e todos da mesma maneira: algum fato cria uma faísca para que manifestações tomem o país, todas coordenadas pelas redes sociais. O pesquisador americano Doug Farrah descreveu que, em 2019, “não foi apenas o descontentamento com a crescente desigualdade que promoveu tensão social no Chile [que também elegeu recentemente um marxista como presidente]. Um fator agravante foi o uso das mídias sociais, especificamente o Twitter, no qual contas de fora do Chile alimentaram as chamas do descontentamento”.

Ao analisar 4,8 milhões de publicações de 639 mil contas do Twitter favoráveis aos protestos no Chile durante o auge das manifestações, Farah descobriu que a maior parte desses perfis não era de chilenos, mas de venezuelanos, nicaraguenses e cubanos. Por outro lado, a grande maioria dos tweets contra os protestos era de chilenos.

No caso da Colômbia, as manifestações ocorreram em 2021 e seguiram o mesmo padrão. Enormes protestos geraram uma instabilidade que beneficiou Petro nas urnas. Ele agora está pronto para pagar a dívida. Menos de 72 horas após a eleição, anunciou que vai restabelecer as relações com Maduro e reabrir a fronteira com a Venezuela.

Essa questão é fundamental para os Estados Unidos. A Colômbia é o aliado americano mais importante na América Latina. País que mais recebe ajuda em segurança dos Estados Unidos no hemisfério, a Colômbia acolheu mais de 2 milhões de imigrantes venezuelanos fugindo da ditadura socialista vizinha, aliviando o impacto na fronteira sul americana. A nação andina tem o dobro da população da Venezuela e acesso único à América Central e aos oceanos Atlântico e Pacífico.

Ao contrário de Ronald Reagan, que ajudou as democracias na América Latina quando foram ameaçadas por comunistas, é improvável que Joe Biden faça alguma coisa. Ele está em dívida com grupos como o Black Lives Matter, cujos integrantes apoiam Maduro e participam de reuniões do Foro de São Paulo.

Tudo isso representa outro desafio global no pior momento possível.

© 2022 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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