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Unicef denuncia roubo de 15 crianças em hospitais

União Europeia tenta apressar casos de adoção que já estavam em andamento, mas temor de redes de tráfico atrapalha

A primeira-dama francesa,Carla Bruni-Sarkozy, fala com órfãos haitianos que chegaram ao país ontem para adoção |

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A primeira-dama francesa,Carla Bruni-Sarkozy, fala com órfãos haitianos que chegaram ao país ontem para adoção

Veja os números da tragédia no Haiti |

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Veja os números da tragédia no Haiti

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou ontem para o fato de várias crianças te­­rem desaparecido em hospitais do Haiti, desde o violento terremoto do dia 12. Isso aumenta o temor de que possa estar havendo tráfico de crianças para adoção no exterior.

"Nós documentamos aproximadamente 15 casos de crianças desaparecendo de hospitais e que não estão com suas famílias", disse um conselheiro do Unicef, Jean Luc Legrand. "O Unicef trabalha no Haiti há muitos anos e sabemos do problema com o comércio de crianças no Haiti, que já existia antes, e infelizmente essas redes têm ligações com o ‘mercado’ de doações internacionais", notou ele.

A agência da ONU ressaltou que advertiu países na semana passada para não apressar as doações de crianças haitianas, após o terremoto. Segundo Legrand, as redes de traficantes começaram a agir imediatamente após o desastre "para sequestrar crianças e tirá-las do país".

Em comunicado, a diretora-executiva do Unicef Ann M. Ve­­neman advertiu para esse e ou­­tros riscos para as crianças, como "desnutrição e doenças, tráfico, exploração sexual e sério trauma emocional".

Ann afirmou que o Unicef está trabalhando com parceiros como o governo haitiano e as ONGs Cruz Vermelha e Save the Chil­­dren para estabelecer "espaços seguros" para as crianças, muitas delas sem os pais, seja por motivo de morte ou de desencontros, em meio ao caos após o terremoto.

O ministro das Relações Exte­­riores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, disse que seu país tentará chegar a uma posição co­­mum na União Europeia sobre adoções do Haiti. A Espanha é presidente de turno do bloco.

A vice-presidente espanhola, Maria Teresa Fernández de la Vega, disse que a intenção é apressar os casos de adoção já em andamento, ao mesmo tempo em que se protege as crianças que estão viajando sozinhas ou ficaram órfãs.

Outros países europeus, como Holanda e França, já receberam dezenas de órfãos para adoção.

O Unicef pediu que seja garantido o melhor para os interesses das crianças. "O que é necessário agora é apoio para salvar vidas e cuidar das crianças no Haiti", defende o comunicado.

Medo

Dois breves mas relativamente fortes terremotos atingiram a capital haitiana ontem. O país enfrenta um elevado risco de so­­frer abalos secundários prejudiciais por pelo menos 30 dias e pro­­vavelmente vai sentir tremores adicionais nos próximos meses e até mesmo anos, alertou o Cen­­tro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos .

Existe apenas uma chance de 3% de o Haiti ser atingido por outro terremoto de intensidade 7,0 nos próximos 30 dias; 25% de chance de pelo menos um terremoto de magnitude 6,0; e 90% de chance de pelo menos um tremor de in­­tensidade 5.

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