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Penoso

Velociraptor era supergalinha, afirma estudo

Cientistas americanos acharam marcas de inserção de penas no antebraço do animal. Vilão de "Parque dos Dinossauros", portanto, devia ser coberto de plumas

José Dumont na pele do retirante Deraldo, que é confundido com um criminoso | Divulgação/Raiz Filmes
José Dumont na pele do retirante Deraldo, que é confundido com um criminoso (Foto: Divulgação/Raiz Filmes)

Não dá mais para negar: o temido vilão da série "Parque dos Dinossauros", considerado um caçador gregário, rápido e inteligente, deve ter tido a aparência de uma galinha supercrescida. Estamos falando do Velociraptor mongoliensis, um bicho que, além de ter sido retratado na ficção com tamanho bem maior que o real, tinha o corpo recoberto por penas idênticas às das aves de hoje, segundo um novo estudo. Em resumo, um peruzão.

É verdade que ninguém achou um fóssil do dinossauro -- o qual, em vida, teria medido 1,5 m e pesado apenas 15 kg -- recoberto de plumas. Mas a evidência que dedurou o lado penoso da fera é quase tão boa quanto uma pena de verdade: pequenos orifícios num antebraço fossilizado de Velociraptor. Esses orifícios são praticamente idênticos, em espaçamento e formato, aos que aparecem ainda hoje nas aves modernas e servem de "encaixe" para as plumas.

A análise do antebraço penoso de Velociraptor foi conduzida por Alan Turner e seus colegas do Museu Americano de História Natural e está na edição desta semana da prestigiosa revista "Science". No artigo científico de apenas uma página, Turner e companhia explicam que, entre as aves de hoje, os orifícios de inserção nos ossos do antebraço são uma prova segura da presença de penas de tipo moderno.

Ou seja, o Velociraptor não teria seus membros superiores cobertos apenas com uma penugem vaga, mas apresentaria também estruturas complexas e organizadas -- a única diferença seria a falta das penas assimétricas que hoje permitem o vôo, uma vez que, até onde se sabe, o bicho não era voador.

No espécime analisado, oriundo de um famoso sítio paleontológico da Mongólia, os pesquisadores encontraram orifícios espalhados de forma regular, a 4 mm de distância um do outro. Com isso, eles estimam que o Velociraptor apresentava cerca de 14 penas secundárias (as do tipo complexo, mais elaboradas que simples penugens), o que o coloca no nível da mais antiga ave, o Archaeopteryx, que possuía 12 delas.

A descoberta faz todo o sentido, uma vez que o Velociraptor e os outros dinos de seu grupo são considerados os parentes mais próximos das aves -- aliás, tudo indica que elas evoluíram a partir de um desses bichos.

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