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Terrorismo em paris

Venda de ansiolíticos dispara na França

Comércio de tranquilizantes aumentou muito entre os franceses, que aos poucos se despedem dos cartunistas mortos no atentado

Caixão do cartunista Tignous foi coberto de desenhos e mensagens de solidariedade | Philippe Wojazer/Reuters
Caixão do cartunista Tignous foi coberto de desenhos e mensagens de solidariedade (Foto: Philippe Wojazer/Reuters)

As vendas de tranquilizantes dispararam na França desde o massacre terrorista da semana passada em Paris, enquanto o país inteiro tenta se recompor da comoção com incontáveis homenagens às vítimas, que foram enterradas em emocionantes exéquias.

O caixão do desenhista Tignous, em madeira clara e coberto totalmente de desenhos, assinaturas e mensagens, recebeu ontem uma despedida sentimental em Montreuil, na periferia leste de Paris, entre centenas de pessoas reunidas na Prefeitura da cidade.

Durante o funeral, do qual participou a ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, foi entoada a canção italiana "Bella Ciao" (que termina com o verso "morto pela liberdade"), antes que o caixão fosse levado, entre aplausos, rumo ao cemitério de Père-Lachaise de Paris.

"Tudo pode ser desenhado, inclusive um profeta. Porque na França, país de Voltaire e da irreverência, existe o direito a rir de todas as religiões", assinalou a titular de Justiça em seu discurso.

Horas antes, nesse mesmo cemitério, foi cremado o corpo de Wolinski, outro dos chargistas assassinado no ataque à redação da Charlie Hebdo. Depois, suas cinzas foram levadas ao cemitério de Montparnasse, onde também terá sua sepultura a psicanalista da revista, Elsa Cayat.

Na quarta-feira, na intimidade, familiares receberam Cabu, outro dos cartunistas que deixaram órfã a revista comandada por Charb, que será enterrado hoje em Pontoise, ao norte da capital, no mesmo dia que o corpo do chargista Honoré será enterrado em Père-Lachaise.

Tranquilizantes

Transcorrida uma semana desde a espiral de mortes iniciadas por Amedy Coulibaly e pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, as vendas de soníferos e tranquilizantes dispararam 18% na França desde os atentados, segundo o jornal Le Figaro.

Nas bancas do país, continuam se esgotando em minutos cada nova remessa de exemplares do "número dos sobreviventes" de Charlie Hebdo, que imprimirá 5 milhões de cópias

Outros cidadãos continuam indo – em silêncio – à sede da Charlie Hebdo, onde flores, lápis, livros, desenhos e mensagens continuando chegando à entrada da redação, da mesma forma que em muitas delegacias e outros lugares emblemáticos, como a Praça da República.

No plano policial, a investigação se centra em identificar e localizar possíveis cúmplices dos ataques e em reconstruir os movimentos dos terroristas antes do massacre dentro e fora da França.

Nas redes sociais, a popular hashtag #JeSuisCharlie, a mais utilizada na história do Twitter, vai cedendo a vez ao slogan #OnFaitQuoiMaintenant (Fazemos o quê agora?).

Em Madri

Fontes antiterroristas apontam que Amedy Coulibaly passou por Madri no dia 1º de janeiro, em companhia de sua namorada, Hayat Boumeddiene, de quem se suspeita que esteja na Síria.

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