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O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino: Caracas busca a posse sobre 70% da Guiana
O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino: Caracas busca a posse sobre 70% da Guiana| Foto: EFE/ Rayner Peña R.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, advertiu nesta terça-feira (27) o presidente da Guiana, Irfaan Ali, que o país está determinado a defender sua soberania "até as últimas consequências", e reiterou que o Essequibo - território de cerca de 160 mil quilômetros quadrados disputado pelas duas nações - pertence aos venezuelanos.

"Estamos convencidos e determinados a defender nossa soberania até as últimas consequências. Não abusem do caráter diplomático, pacifista e conciliador da 'revolução bolivariana', porque estamos preparados para qualquer cenário. Esequibo é nosso!", escreveu o ministro da Defesa em uma mensagem na rede social X, na qual marcou o líder guianense.

Padrino também destacou que o "único mecanismo reconhecido para a solução prática da disputa territorial" é o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece uma solução negociada e benéfica para o conflito.

Anteriormente, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, havia acusado Ali de "dispor unilateralmente de um mar pendente de delimitação" ao conceder "garantias de concessão a transnacionais de energia" na área em questão, que é rica em recursos naturais.

"A Venezuela não reconhece e não reconhecerá os limites fraudulentos da sentença desapropriatória e jamais renunciará à defesa de seus direitos", disse Rodríguez, referindo-se ao Laudo Arbitral de Paris de 1899, que concedeu a soberania do território à então Guiana Britânica, hoje República Cooperativa da Guiana.

Décadas depois, a Venezuela declarou essa decisão nula e assinou o acordo de 1966 com o Reino Unido, que estabeleceu uma comissão para resolver a disputa histórica, que nunca se concretizou.

A Guiana, que se baseia na sentença arbitral de 1899, está empenhada em resolver o conflito por meio do processo aberto na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

O conflito bilateral aumentou em dezembro do ano passado, quando Caracas realizou um referendo não vinculante aprovando a anexação do Essequibo.

A tensão diminuiu depois que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e o mandatário guianense se reuniram no mesmo mês - a pedido do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva - quando assumiram o compromisso de não se ameaçarem mutuamente, o que até agora impediu que a intenção de anexar a área em disputa se tornasse efetiva.

Em janeiro, os ministros das Relações Exteriores da Venezuela e da Guiana, Yván Gil e Hugh Todd, respectivamente, se reuniram em Brasília, onde se comprometeram a continuar o diálogo sobre a disputa e até mesmo a abordar o acordo de 1966, em uma atmosfera "pacífica" e "não ameaçadora". (Com Agência EFE)

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