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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, em março deste ano
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, em março deste ano| Foto: EFE/ Rayner Pena

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que é ligado ao regime de Nicolás Maduro, ordenou nesta quarta-feira (6) a prisão de 13 membros da oposição ao regime chavista pelos crimes de “conspiração” e “traição à pátria”. Entre os acusados estão membros do partido Vamos Venezuela, da candidata presidencial María Corina Machado, que não foi indiciada. Também foram envolvidos dois cidadãos norte-americanos, supostamente ligados à petrolífera Exxon Mobil.

Saab emitiu ordens de captura para os opositores nesta quarta sob a alegação de que os mesmos teriam recebido o financiamento de "organizações internacionais e empresas estrangeiras" para "desestabilizar" o processo do referendo sobre a anexação de Essequibo, região da Guiana que está sendo disputada neste momento pela Venezuela, realizado no último domingo (3). Na segunda-feira (4), opositores disseram que o referendo de Maduro havia contado com uma baixa participação.

Entre os acusados estão Henry Alviarez, Claudia Macero e Pedro Urruchurtu, do partido de Corina Machado, o Vamos Venezuela; o presidente de um partido de oposição chamado Súmate, Roberto Abdul; os opositores que estão no exílio: Yon Goicoechea, Juan Guaidó, Julio Borges, David Smolansky, Carlos Vecchio, Lester Toledo e Leopoldo López; e os ex-ministros chavistas dissidentes Andrés Izarra e Rafael Ramírez.

Saab disse que os acusados serão processados pelos delitos de "traição à pátria", "conspiração com uma potência estrangeira", "legitimação de capitais e associação para delinquir". Ele também informou sobre a detenção do cidadão norte-americano, identificado como Savoi Jandon Wright, por sua suposta vinculação na "conspiração". Segundo o Saab, Wright utilizou uma criptomoeda e "grandes quantias em dinheiro" para "evadir controles financeiros e mascarar o origem e o destino dos fundos usados para conspirar".

Familiares do americano já haviam denunciado que ele está detido na Venezuela irregularmente desde outubro.

O outro norte-americano envolvido “na trama” conspiratória, segundo Saab, é Damian Merlo, um ex-empresário de telecomunicações e ex-assessor de política exterior vinculado ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2017-2021) e ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele.

Saab afirmou que a Guiana, a ExxonMobil e os EUA "trabalham em equipe para desapossar a Venezuela" de um território que "histórica e legalmente lhe pertence".

A direção nacional do partido Vamos Venezuela, de María Corina Machado, rejeitou as acusações aos seus membros e disse que elas se tratam de uma “tentativa de intimidar e desmobilizar a oposição”, que representa “uma ameaça eleitoral para o chavismo”. Machado, que tem uma crescente popularidade nas pesquisas, está impedida de exercer cargos de eleição popular por uma inabilitação imposta pelo regime de Maduro.

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