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El Salvador

Venezuela rejeita proposta de Bukele de trocar deportados por presos políticos

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ironizou Maduro: “Não foi o senhor que disse que faria ‘tudo o que fosse necessário’ para a libertação dos venezuelanos?” (Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW)

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A ditadura de Nicolás Maduro classificou nesta terça-feira (22) como “moralmente inadmissível” a proposta do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, de trocar os 252 migrantes venezuelanos deportados pelos Estados Unidos e que estão em um presídio salvadorenho por um número igual de prisioneiros políticos no país sul-americano.

Em uma carta enviada ao Ministério das Relações Exteriores de El Salvador, o regime venezuelano alegou que a proposta é “ilegal” e “moralmente inadmissível” e visa condicionar a libertação de “pessoas inocentes a uma troca por cidadãos privados de sua liberdade na Venezuela por razões completamente não relacionadas (cometimento de atos terrivelmente puníveis), sem qualquer base legal ou ética”.

O texto diz que a proposta de Bukele constitui uma “aberração jurídica, sem precedentes no âmbito das relações bilaterais ou multilaterais, que viola princípios elementares de justiça, proporcionalidade e dignidade humana”.

O regime venezuelano exigiu novamente a libertação “imediata e incondicional” dos 252 migrantes deportados pelos Estados Unidos para El Salvador por supostamente pertencerem à quadrilha Tren de Aragua, nascida em uma prisão na Venezuela, e responsabilizou o governo salvadorenho “por qualquer dano à sua integridade física e psicológica”.

Caracas também exigiu que o governo de El Salvador dê respostas “imediatas, verdadeiras e completas” a um questionário enviado pelo Ministério Público venezuelano, vinculado ao chavismo, “que contém requisitos fundamentais para a investigação em andamento e para a garantia dos direitos das pessoas privadas de liberdade”.

Nesta terça-feira, Bukele reiterou sua proposta a Maduro de trocar 252 venezuelanos deportados pelos Estados Unidos por um número igual de presos políticos, e revelou que a proposta foi transmitida formalmente através do Ministério das Relações Exteriores de El Salvador.

“Reitero nossa proposta, desta vez anexando a documentação formal enviada ao seu Ministério das Relações Exteriores”, disse Bukele no X, onde postou a carta enviada por canais diplomáticos.

O documento, datado de 22 de abril, indica que os 252 venezuelanos, acusados pelos Estados Unidos de serem membros da gangue transnacional Tren de Aragua, estão “sob a custódia do sistema penitenciário salvadorenho”, encarcerados no presídio de segurança máxima Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot).

Essas pessoas, de acordo com o documento, seriam “processadas pelo cometimento de vários crimes”, mas não é detalhado quais eles são e se estão sob a jurisdição dos Estados Unidos ou de El Salvador.

“Nesse sentido, o Ministério das Relações Exteriores [de El Salvador] transmite formalmente uma proposta para a repatriação total dos 252 cidadãos venezuelanos detidos, condicionada à libertação e entrega, pela Venezuela, de um número igual de pessoas privadas de liberdade por razões políticas em território venezuelano”, diz a carta.

Bukele também questionou Maduro na mensagem no X.

“O senhor achava que uma troca de 30 por 1 era justa, mas agora rejeita uma proposta equitativa de 1 por 1? Não foi o senhor que disse que faria ‘tudo o que fosse necessário’ para conseguir a libertação dos venezuelanos detidos em El Salvador? Isso significa que o senhor estava mentindo? A recepção em Miraflores [sede do governo venezuelano] para os parentes dos detidos foi apenas um espetáculo para a mídia?”, disse o presidente salvadorenho.

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Conteúdo editado por: Fábio Galão

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