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O Partido Verde anunciou neste sábado (4) que o fechamento dos reatores nucleares-- responsáveis pela maior parte da energia produzida na França-- é condição básica para formar uma coalizão com o Partido Socialista, num momento em que uma pesquisa mostra que a maioria dos franceses desaprova a energia nuclear.

Como as eleições na França estão previstas para abril de 2012, o apoio dos Verdes, que obtiveram 3 por cento dos votos no pleito de 2007, pode se tornar valioso para a oposição socialista, que pretende tirar do poder o presidente Nicolas Sarkozy e formar um novo governo.

"Nós faremos este pacto em oposição a Nicolas Sarkozy e junto com todas as forças políticas interessadas em participar do governo", disse a secretária nacional, Cecile Duflot, durante um congresso do Partido Verde, que aprovou as condições.

Uma exigência-chave é o fechamento imediato de todas as usinas nucleares com mais de 30 anos de idade e o desmantelamento gradual de todos os outros reatores nos próximos 20 anos.

Os 58 reatores nucleares da França, operados pela estatal EDF, produzem cerca de 80 por cento da eletricidade do país.

O desastre de Fukushima, em março, no Japão, colocou a questão da energia nuclear no centro da agenda política na Europa. Na Alemanha, a coalizão de governo anunciou repentinamente esta semana planos de fechar todos os reatores nucleares do país até 2022.

As outras condições dos Verdes incluem a revogação da lei de Sarkozy que aumenta de 60 para 62 anos a idade mínima para aposentadoria, a proibição da extração do gás de xisto, o abandono dos planos de construção de grandes rodovias e a adoção de um sistema de voto por representação.

Uma pesquisa de opinião divulgada neste sábado (4) mostru que mais de três quartos dos franceses apoiam o desmantelamento gradual da tecnologia nuclear nos próximos 25 a 30 anos.

De acordo com o levantamento, realizado pelo instituto Ifop, somente 22 por cento das pessoas ouvidas apoiam a construção de novas centrais de energia nuclear enquanto 15 por cento querem um rápido fechamento das usinas e 62 por cento, a saída gradual.

Entre os partidários dos Verdes e dos Socialistas, 86 por cento apoiam o fechamento dos reatores enquanto entre os seguidores do partido conservador UMP, 63 por cento são a favor.

O primeiro-ministro François Fillon descartou a possibilidade de a França desmantelar sua indústria nuclear, mas ordenou um estudo dos custos do setor, incluindo pesquisa e desenvolvimento, medidas de segurança e armazenamento dos resíduos.

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