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O Vietnã propôs eliminar todas as tarifas sobre produtos americanos, em carta enviada pelo Partido Comunista, numa tentativa de reverter a tarifa de 46% anunciada na semana passada pelo presidente Donald Trump. A Casa Branca, porém, afirmou nesta segunda-feira (7) que a oferta é insuficiente e exigiu ações concretas contra o que chama de “práticas comerciais desleais” — como a triangulação de mercadorias chinesas, o roubo de propriedade intelectual e o uso do imposto sobre valor agregado (IVA) como “barreira oculta”.
A advertência partiu do assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, que afirmou em entrevista à emissora americana CNBC, que a proposta vietnamita “não significa nada” se não forem enfrentadas as “fraudes não tarifárias”.
“Tomemos o caso do Vietnã. Quando nos dizem ‘vamos aplicar tarifas zero’, isso não significa nada para nós, porque o que importa é a fraude não tarifária”, declarou Navarro.
A chamada “fraude não tarifária”, de acordo com Navarro, ocorre quando produtos originalmente fabricados na China entram nos Estados Unidos camuflados como se fossem de origem vietnamita — prática que, segundo ele, tem alarmado autoridades em Washington.
Navarro criticou também o IVA vietnamita e disse que há anos os EUA tentam reduzi-lo.
“Desde os anos 70 temos tentado, na Organização Mundial do Comércio, reduzir o IVA, mas sempre nos disseram que não”, afirmou.
Apesar as observações, Navarro classificou a iniciativa de zerar tarifas como “um pequeno primeiro passo” para as negociações.
Nos últimos anos, o Vietnã se consolidou como um polo industrial global, abrigando fábricas de gigantes como Nike e Apple.







