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A prisão de Laurent Gbagbo pode ter encerrado a crise política na Costa do Marfim. Mas a crise humana e a violência estão longe de terminar. A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou ontem que o país africano vive um vácuo de segurança, Abidjã foi tomada pela violência e não há sinais de solução imediata para o drama de milhões de pessoas.

Alassane Ouattara, presidente eleito, assume o poder com um país para ser reconstruído e uma sociedade à beira da guerra étnica. Ele pediu ajuda da França e da ONU para restabelecer a segurança em Abidjã, onde os corpos de 14 jovens foram encontrados ontem. Chefes militares ligados a Gbagbo juraram ontem lealdade a Ouattara.

Após quatro meses de impasse, Gbagbo foi detido em seu bunker na segunda-feira e Ouattara prometeu levar o ex-presidente à Justiça. Moradores de Abidjã ouvidos pela reportagem por telefone disseram que não se atreviam a sair de suas casas e tiros ainda eram ouvidos na cidade. "Estamos todos com medo. Não há policiais na rua e ninguém sabe de fato o que está ocorrendo. Tanto Ouattara quanto Gbagbo armaram centenas de pessoas. Agora, essas milícias estão levando adiante suas revanches pessoais", afirmou Cathy Tourre, estudante de direito em Abidjã.

Segundo a ONU, a cidade sofreu inúmeros casos de saques, roubos e violência ontem. Os confrontos ocorreram principalmente nos bairros controlados por milícias pró-Gbagbo. No oeste do país, a ONU disse ter encontrado 536 corpos. Em geral, os massacres são atribuídos a tropas pró-Ouattara. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alerta que os mortos podem chegar a mais de 1,5 mil.

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