Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Religião

Violência contra cristãos aumenta tensão no Egito

Líderes europeus cobram das autoridades egípcias garantia de liberdade religiosa no país

Cristãos protestam nas proximidades da Catedral São Marcos, no Cairo, após a morte de 25 pessoas no domingo | Mahmud Hams/AFP
Cristãos protestam nas proximidades da Catedral São Marcos, no Cairo, após a morte de 25 pessoas no domingo (Foto: Mahmud Hams/AFP)

O premiê egípcio, Essam Sharaf, convocou ontem uma reunião de emergência para tentar conter a onda de violência que tomou as ruas do país no fim de semana. O chamado para um diálogo urgente foi feito horas após centenas de manifestantes terem incendiado carros das forças de segurança.

Um dia antes, ao menos 25 cristãos coptas morreram e mais de 300 ficaram feridos em confronto com o Exército.

Milhares marchavam em protesto contra o ataque a uma igreja, na região de Assuã, carregando cartazes e cruzes. Os soldados reagiram com violência e abriram fogo contra a multidão.

Ontem, o governo militar interino do Egito anunciou também um inquérito extraordinário sobre a violência.

Segundo a televisão estatal noticiou, o Conselho das Forças Armadas do Egito (SCAF, na sigla em inglês) reiterou que "continua a ser responsável por proteger o povo egípcio depois da revolução de 25 de janeiro até entregar o poder a uma autoridade civil democraticamente eleita".

A junta militar chamou os confrontos de "esforços de alguns em destruir os pilares do Estado e promover o caos" e declarou que "tomaria as medidas necessárias para restaurar a segurança".

Um toque de recolher foi de­­cretado ontem no centro da capital das 2 h às 7 h (21 h às 2 h de Bra­­sília) para tentar restabelecer a calma, e a segurança foi reforçada perto do Parlamento, da sede e do Conselho de Ministros.

No Facebook, estudantes egípcios reagiam pedindo eleições.

O patriarca cristão copta, She­­nuda III, decretou três dias de lu­­to. A Igreja Copta culpou a junta militar por não ter impedido os ataques de extremistas islâmicos.

"Estranhos se infiltraram en­­tre os fiéis e cometeram vários erros, dos quais agora os cristãos são responsabilizados", afirmou a Igreja Copta em comunicado. A Igreja lamentou "problemas que acontecem frequentemente e continuam impunes".

Reação internacional

Líderes europeus expressaram preocupações com os confrontos sectários no Egito. "É muito im­­portante que as autoridades egíp­­cias reafirmem que existe liberdade de religião no país", disse o secretário do Exterior da Grã-Bre­­tanha, William Hague.

"Nós pedimos ao governo egíp­­cio que investigue até o fundo esses incidentes e traga os responsáveis à Justiça", disse o porta-voz da chanceler da Alemanha Angela Merkel, Steffen Seibert, à imprensa.

O presidente norte-americano, Ba­­rack Obama, disse em comunicado que "chegou a hora de que todas as partes deem mostras de moderação para que os egípcios possam avançar juntos na elaboração de um país forte e unido".

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.