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Quando Angeline Jackson e uma amiga sofreram uma emboscada e foram violadas sob a mira de um revólver em um estrada nas proximidades da capital da Jamaica, a polícia parecia menos preocupada com o ataque do que com o fato de ela ser lésbica. “A primeira policial com quem eu falei me disse que deveria mudar de vida e me aproximar da Igreja”, diz Jackson, sacudindo a cabeça ao lembrar do ataque de 2009.

É uma atitude bastante comum na ilha, onde ativistas dizem que os homossexuais são discriminados e agredidos. Alguns membros da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) foram alvos de ataques sexuais brutais com o objetivo de fazê-los “tornarem-se heterossexuais” ou de castigá-los por não se encaixar dentro de parâmetros sociais.

A ilha é conhecida por sua intolerância em relação aos homossexuais, vistos por muitos como gente que adota “comportamentos morais pervertidos” importados do exterior. Nesta ilha de menos de 3 milhões de habitantes, os ativistas da comunidade LGBT recebem poucas denúncias de agressões sexuais. A principal organização defensora dos direitos dos gays da Jamaica, J-FLAG, documentou vários casos nos últimos anos.

É impossível documentar a magnitude do problema na Jamaica. Os ativistas dizem que os homossexuais preferem não denunciar ataques ou ameaças, por temor a ser estigmatizados ou mesmo culpados.

A organização Human Rights Watch afirmou no ano passado que sabia de dez casos de agressões (oito contra lésbicas, uma contra uma mulher transgênero e uma contra um homem gay). Muitas vítimas de agressões revelam seus casos depois de deixar o país.

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