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Imagem mostra os estragos causados em Homs por bombardeio na semana passada (28 de março) | REUTERS/Zaman Al Wasel/Handout
Imagem mostra os estragos causados em Homs por bombardeio na semana passada (28 de março)| Foto: REUTERS/Zaman Al Wasel/Handout

As forças do governo sírio bombardearam nesta segunda-feira alvos da oposição na cidade de Homs, apesar de o presidente Bashar al-Assad ter prometido ao enviado internacional Kofi Annan que ordenaria uma trégua e recolheria tanques e canhões.

Annan, que se reuniu na semana passada com Assad em Damasco, deve relatar nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se viu ou não progressos na implementação da proposta de paz.

"Hoje não parece muito diferente de ontem ou anteontem, ou do dia anterior a anteontem", disse o ativista de oposição Waleed Fares, de Homs. "Bombardeios e assassinatos."

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse, com base em relatos vindos de várias partes da Síria, que 70 pessoas foram mortas no domingo, inclusive 12 civis abatidos por bombardeios e francoatiradores em Homs. O grupo disse também que 19 soldados e 12 rebeldes morreram em confrontos.

Em Aleppo, segunda maior cidade do país, uma bomba matou o dono de uma banca de jornais, simpatizante de Assad, segundo o grupo. Na província de Idlib, no norte, pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas em bombardeios do Exército a aldeias.

Redutos oposicionistas de Assad estão sob sítio governamental desde o começo de fevereiro, transformando a cidade em símbolo da rebelião contra Assad, iniciada há um ano.

Na semana passada, Annan exigiu que Assad suspendesse imediatamente a ação militar, e os rebeldes do Exército Sírio Livre disseram que só deixariam de atirar se o governo retirasse seus armamentos pesados das cidades.

Mas Assad disse que precisa preservar a segurança nas zonas urbanas.

"Parece que o governo deixou o plano de Kofi Annan pelo avesso", disse Fares. "Annan disse para retirar tanques, eles trazem mais. Ele disse para parar de bombardear, eles bombardeiam mais."

A Organização das Nações Unidas diz que as forças do governo sírio assassinaram mais de 9.000 pessoas nos últimos 12 meses. Damasco afirma que "terroristas armados" já mataram mais de 3.000 soldados e policiais.

Assad promete realizar um referendo sobre reformas, mas adversários internos e externos desqualificam sua legitimidade. Na segunda-feira, a agência estatal de notícias Sana informou que o governo mantém a intenção de realizar uma eleição em 7 de maio, na qual os sírios poderão escolher "quem eles consideram aptos a representá-los".

O anúncio não deve atenuar a pressão internacional pela renúncia de Assad. Falando no domingo em Istambul, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, afirmou que o governo sírio tem uma longa lista de promessas descumpridas, e enfrentará consequências graves caso não pare de atacar civis.

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