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Manifestantes pró-militares em um poste de luz, no Cairo | Asmaa Waguih/Reuters
Manifestantes pró-militares em um poste de luz, no Cairo| Foto: Asmaa Waguih/Reuters

Ofensiva

Ministro vai desocupar acampamentos de apoiadores de Mursi

Mohammed Ibrahim, ministro egípcio do Interior, anunciou ontem que mandará evacuar "muito em breve" os dois lugares ocupados há quase um mês no Cairo pelos apoiadores de Mohamed Mursi, o presidente islamita deposto por um golpe militar em 3 de julho.

"Esperamos que [os manifestantes] tomem juízo e ponham fim a esses acampamentos para evitar um derramamento de sangue", disse o ministro. Segundo ele, as forças de segurança atuarão "conforme a lei", visando "o menor número possível de perdas".

70 islamitas, ao menos, morreram no pior episódio de violência no Egito desde o golpe que tirou Mohamed Mursi da presidência. Número não foi confirmado e pode aumentar. Opositores dos militares falam em 200 mortos.

Ao menos 70 islamitas foram mortos ontem pela madrugada no mais grave episódio de violência desde a deposição do presidente Mohamed Mursi, em 3 de julho.

De acordo com a Irman­­dade Muçulmana, organização à qual Mursi está ligado, as forças de segurança dispararam contra manifestantes antes das preces do amanhecer, durante uma vigília pela restituição do islamita à Presidência.

Imagens de vítimas foram publicadas nas redes sociais, retratando dezenas de mortos e feridos.

O episódio faz parte de uma onda de repressão violenta no país, conforme simpatizantes de Mursi e opositores realizam manifestações ao redor do país, em especial na capital, o Cairo. Há frequentes embates entre as facções e também entre islamitas e o Exército.

"Eles não atiraram para ferir e, sim, para matar", afirmou o porta-voz islamita Gehad el-Haddad. É esperado que o número de mortos seja revisto para cima, nas próximas horas, conforme os corpos são contados nos hospitais. A rede Al Jazeera chegou a noticiar a morte de 120 manifestantes, além de 4.500 feridos, mas os números ainda não foram confirmados pelo Ministério da Saúde.

Ultimato

Venceu ontem à tarde o ultimato dado pelo Exército para que a Irmandade Muçul­­mana concorde em fazer parte da transição política liderada pelo presidente interino Adly Mansur. A organização islamita se recusa a reconhecer a autoridade do governo instituído após um golpe militar. Não está claro o que pode acontecer ao fim do prazo de 48 horas dado pelas Forças Armadas.

Mursi, detido e incomunicável desde sua deposição, é acusado pela conspiração com a facção palestina Hamas para sua fuga de uma prisão no norte do país, em 2011. Outros líderes da Irmandade estão detidos ou sob ordem de prisão.

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