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Oriente Médio

Violência retorna a Jerusalém em plena negociação de paz

Palestinos e soldados israelenses se enfrentaram na Esplanada das Mesquitas

Palestinos incendiaram carros e jogaram pedras no Muro das Lamentações em protesto contra morte em Jerusalém Oriental | Ronen Zvulun/Reuters
Palestinos incendiaram carros e jogaram pedras no Muro das Lamentações em protesto contra morte em Jerusalém Oriental (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)

Jerusalém - Jerusalém viveu ontem um dia de confrontos violentos, aumentando a tensão às vésperas de expirar o congelamento imposto por Israel sobre a construção nos territórios ocupados, no domingo.

Ficaram feridos dez israelenses e 14 palestinos. No fim do dia, a calma retornou. Os tumultos co­­meçaram quando um palestino de 32 anos foi morto a tiros por um segurança israelense no bairro ára­­be de Silwan, em Jerusalém Ori­­ental. No local há um enclave ju­­deu em meio à população palestina.

O incidente deflagrou uma onda de protestos que se espalhou pela Cidade Velha e chegou a seu ponto mais sensível, a Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo, para os judeus), onde policiais israelenses entraram para conter os manifestantes.

Centenas de pessoas participaram do funeral do palestino, crian­­do protestos esporádicos nas cercanias e dentro da Cidade Velha.

Carros foram revirados e in­­cen­­diados. Palestinos jogaram pedras nos policiais, que responderam com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e jatos d’água.

Os confrontos nesta parte da cidade são frequentes, mas só em casos extremos as forças de segurança israelenses entram na Es­­planada das Mesquitas. A última vez foi em junho, e pelo mesmo motivo – deter palestinos que jo­­gavam pedras em fiéis no Muro das Lamentações, local mais sa­­grado para o judaísmo.

O incidente mais grave ocorreu em 2000, quando o político israelense Ariel Sharon fez uma visita ao local, provocando uma onda de violência que resultou na chamada "Segunda Intifada’’, encerrada em 2004.

Palestinos recuam

O término da moratória de dez meses é a principal ameaça às ne­­gociações entre palestinos e israelenses. Os mediadores norte-americanos tentam achar uma fórmula para convencer os palestinos a continuar o dialogo, mesmo se as obras forem retomadas.

Em Nova York, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deu sinais de que poderá endurecer sua posição.

"Não posso dizer que deixarei as negociações, mas é muito difícil para mim retomar as conversas se o premier [Benjamin] Neta­­nya­­hu declarar que continuará sua atividade na Cisjordânia e em Jerusalém", disse.

Em sintonia com seu gabinete de maioria conservadora, Neta­­nyahu já antecipou que não prorrogará o congelamento, mas indicou que limitará as construções.

A explosão de violência em Jerusalém ocorreu um dia depois do alerta feito pelo chefe das For­­ças Armadas de Israel, Gabi Ash­­kenazi, de que o colapso das negociações poderá gerar uma escalada de ataques palestinos.

Para o porta-voz do governo palestino, Ghassan Khatib, a origem da violência está na ocupação israelense, como ocorreu em Silwan.

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