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Protestos de oposicionistas em Damasco, capital da Síria. Governo aumenta repressão contra manifestantes após onda rebelde tomar conta das principais cidades do país | Anwar Amro/AFP
Protestos de oposicionistas em Damasco, capital da Síria. Governo aumenta repressão contra manifestantes após onda rebelde tomar conta das principais cidades do país| Foto: Anwar Amro/AFP

Damasco - A violência se espalhou pelas ruas da Síria ontem, com soldados abrindo fogo contra manifestantes antigoverno em várias cidades do país. As manifestações e a violenta repressão representam uma escalada na revolta popular, inspirada pelos movimentos em outros países árabes – como Egito, Líbia e Tunísia.

Segundo a rede de tevê Al Ja­­zeera, ao menos 20 pessoas teriam morrido após disparos da polícia para dispersar a manifestação. A emissora, que cita várias testemunhas, disse que as mortes ocorreram em Sanamein. A Al Jazeera também informou que outro manifestante morreu em Deraa.

De acordo com o relato de um morador, soldados atiraram contra manifestantes na cidade de Deraa, no sudeste do país, após a multidão tentar atear fogo à estátua do ex-presidente Hafez Assad, pai do atual presidente, Bashar al Assad. Milhares correram para a praça central Assad depois que os tiros começaram muitos deles gritando "Liberdade!" e segurando bandeiras, de acordo com informações de um morador.

Jornalistas que tentaram entrar na região central de Deraa – onde acontece a maior parte da violência – foram impedidos por veículos das forças de segurança.

Deraa, cerca de 100 quilômetros a sul de Damasco, foi palco nos últimos dias de violentos enfrentamentos entre manifestantes de oposição e forças policiais, com dezenas de civis mortos. De acordo com testemunhas, vários manifestantes perderam a vida nos disparos em Sanamein, que fica 40 quilômetros ao norte de Deraa. Não foi possível confirmar a informação com fontes independentes ou médicas.

Capital

Em Damasco, cerca de 200 pessoas foram às ruas na área da pon­­te Thawra, perto da Praça Marjeh, cantando slogans contra o governo. Eles foram perseguidos por membros das forças de segurança.

Segundo manifestantes, mais de mil pessoas foram às ruas da cidade de Latakia. Ao menos uma morreu e várias outras foram hospitalizadas. Na cidade de Raqqa (norte), uma multidão também protestou e várias pessoas foram presas.

Os mortos na violência na Síria não podem ser confirmados de forma independente, mas ativistas dizem que já são cerca de cem.

A conselheira da Presidência, Buzeina Shaaban, disse que 34 pessoas morreram nos conflitos.

EUA

A Casa Branca pediu ontem que o governo sírio suspenda os ataques contra manifestantes e procure o "diálogo político". Jay Carney, porta-voz do presidente americano, Barack Obama, disse que o governo norte-americano está "muito preocupado" com a repressão aos cidadãos na Síria. Segundo ele, os EUA conversam com aliados no Oriente Médio e acompanham de perto a situação na Síria.

As autoridades sírias disseram na quinta-feira que estão estudando levantar o estado de emergência em vigor desde 1963, prometendo adotar medidas anticorrupção e anunciaram uma alta dos salários para tentar conter a revolta. O movimento de protesto co­­me­­çou em 15 de março na Síria devido a uma convocação no Facebook sob o lema "a revolução sí­­ria", contra o governo do presidente Bashar al Asad. Os EUA nomearam em janeiro um no­­vo em­­baixador em Damasco, depois de seis anos de ausência no país.

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