No seu segundo mandato, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse neste sábado que vai nomear a pessoa de sua preferência para sucedê-lo no comando do país e prometeu uma transição tranquila quando deixar o poder em 2008.
Ele também reagiu veladamente a críticas do governo dos Estados Unidos de que ele teria causado retrocessos à democracia russa. Disse que o país criará seus laços com o Ocidente "pacientemente e calmamente" e que não haverá uma retomada da Guerra Fria.
Putin, que foi levado à Presidência pelo ex-chefe de Estado Boris Yeltsin, tem rejeitado denúncias de que ele mudaria a Constituição para cumprir um terceiro mandato.
O nome de seu sucessor é agora um dos assuntos dominantes da agenda política do país. Entre os que figuram na lista de candidatos está o ministro da Defesa, Sergei Ivanov, e o primeiro vice-premiê, Dmitry Medvedev.
A maioria dos comentaristas políticos acredita que Putin deve permanecer ocupando algum cargo político influente após deixar a presidência em 2008.
O ex-agente da KGB, de 53 anos, não deu pistas sobre quem pretende apoiar. Mas, ao apresentar a estratégia do Kremlin, deixou claro que não espera ver o país se afastando de seu sistema de democracia controlada no plano doméstico e autoconfiança no cenário externo.
- Acho que eu estaria certo de expressar meu ponto de vista sobre uma candidatura ou outra, e eu o farei - declarou Putin a jornalistas em Sochi, cidade no Mar Negro.
- Todos se preocupam com a estabilidade e se perguntam sobre o que vai ocorrer após 2008... Tenho algumas idéias sobre como armar a situação do país neste período para que ele não se desestabilize, para que as pessoas e as empresas não se assustem.
Observadores afirmam que, embora tenha reduzido a criminalidade e assegurado as finanças públicas, Putin prejudicou a incipiente democracia russa.
O seu controle sobre todos os aspectos da vida na Rússia é alvo de críticas ocidentais. Na semana passada, o vice-presidente americano, Dick Cheney, afirmou que ele havia revertido todos os avanços dos anos 1990 e que utilizava a riqueza do país no setor energético para chantagear seus vizinhos.
Putin não se referiu a Cheney, mas disse que as relações com os Estados Unidos não voltariam a ser uma Guerra Fria e acrescentou que seu país sabe cuidar dos seus interesses sozinho.
- Se nós não metemos nosso nariz no assunto dos outros e não declaramos que o mundo inteiro é nossa esfera de influência, então temos os recursos para absolutamente garantir solidamente nossa segurança.



