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O WikiLeaks começou a divulgar nesta quinta-feira uma série de mais de dois milhões de e-mails relacionados à Síria. Os documentos são de agosto de 2006 até março deste ano. Segundo o site, as informações vem de mais de 680 entidades na Síria e incluem políticos, empresários e ministros das pastas de Assuntos Presidenciais, Relações Exteriores, Finanças, Informação e Cultura.

"O material é constrangedor para Síria e também para seus opositores. Nos ajuda a entender o interesse de cada grupo e não criticá-los simplesmente. É só entendendo o conflito que vamos poder ter esperanças de resolvê-lo", disse o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, na embaixada do Equador em Londres, onde está exilado.

Os documentos vão desde a correspondência pessoal de membros do alto escalão do partido governista Ba'ath até registros de transferências financeiras de ministérios da Síria a outros países. Os e-mails são escritos em diversos idiomas. Cerca de 400 mil deles estão em árabe e 68 mil, em russo.

Segundo o WikiLeaks, ao longo dos próximos meses reportagens com base nos documentos vazados vão ser publicadas pelo site da organização e por jornais em Líbano, Egito, Alemanha, Estados Unidos, Itália, França e Espanha

Empresa italiana financia regime sírio

A primeira revelação dos documentos do WikiLeaks fala sobre o comércio de alta tecnologia entre Itália e Síria. A inteligência estaria sendo usada na repressão do levante popular contra o ditador Bashar al-Assad. Segundo a organização de Assange, a tecnologia viria da empresa Finmeccanica, segundo maior grupo industrial italiano.

O acordo entre o grupo italiano e o regime sírio foi firmado em 2008, mas os negócios não foram interrompidos após o início do levante popular e os relatos truculentos de repressão. A Finmeccanica, junto com uma multinacional russa e grega, ajuda a implementar um moderno sistema de comunicação sem fio de alta velocidade em diversas plataformas - fixas ou móveis. O sistema seria usado principalmente para fins militares e de segurança, afirma o jornal espanhol "El Público", um dos que teve acesso aos documentos do WikiLeaks.

Segundo a ONU, mais de 15 mil pessoas - a maioria delas, civis - foram mortas nos últimos 18 meses na Síria. O conflito no país se intensificou na última semana com relatos de massacres de mulheres e crianças.

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