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Padres ortodoxos visitam o local dos embates entre civis e a polícia, nos arredores da Praça da Independência | Gleb Garanich/Reuters
Padres ortodoxos visitam o local dos embates entre civis e a polícia, nos arredores da Praça da Independência| Foto: Gleb Garanich/Reuters

Repercussão

Casa Branca alerta a Ucrânia para possíveis sanções contra o país

A turbulência na Ucrânia causa preocupação na comunidade internacional. Um porta-voz da Casa Branca alertou para possíveis sanções contra o país e disse que as tensões eram o resultado direto de um governo que fracassa em reconhecer as "legítimas" reivindicações de seu povo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, se disse revoltada com a repressão aos manifestantes. "Nós estamos amplamente preocupados, e não somente preocupados, mas também indignados pelo modo como foram aprovadas leis que põem em questão essas liberdades", disse ela em entrevista à imprensa.

Mas Merkel acrescentou que nesta fase seria errado se a Europa respondesse à violência com sanções.

O presidente francês, François Hollande, apelou às autoridades ucranianas para que "busquem rapidamente o diálogo".

O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev pediu que os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos ajudem a mediar negociações e disse que a Ucrânia está diante de uma possível "catástrofe".

Ameaça

Após reunião com o mandatário, os três principais líderes da oposição ameaçaram intensificar os combates às forças de segurança se o pleito não for chamado.

Início

Os protestos em Kiev contra o presidente Viktor Yanukovich começaram em novembro, quando o governo rejeitou um acordo com a União Europeia para se aproximar da Rússia.

Vítimas

Os enfrentamentos também deixaram cerca de 500 manifestantes e 195 policiais feridos. Segundo o governo, mais de 70 opositores foram presos.

-10ºC

Os confrontos começaram durante a madrugada de ontem. Pela manhã, centenas de pessoas começaram a se reunir na praça, apesar da temperatura de -10ºC.

O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, pediu uma sessão de emergência do Parlamento para encerrar a crise política, os protestos e a violência, em um sinal de que talvez esteja disposto a rever sua posição e trabalhar para um acordo. A sessão deverá ser na próxima terça-feira.

Yanukovich conversou ontem com líderes da oposição, incluindo o ex-boxeador Vitaly Klitschko, uma das figuras mais influentes entre os manifestantes. Por causa da reunião, uma trégua foi estabelecida entre a polícia e os civis que ocupavam as ruas.

Até o fechamento desta edição, nenhum dos lados se pronunciou oficialmente sobre os resultados da reunião.

Numa amostra da tensão entre governo e oposição, o primeiro-ministro do país, Mykola Azarov, acusou os manifestantes de tentarem dar um golpe de Estado e descartou a possibilidade de antecipação da eleição presidencial para resolver o impasse.

"Todos aqueles que apoiam este golpe deveriam dizer claramente: ‘Sim, nós somos a favor da derrubada das autoridades legítimas da Ucrânia’, e não se esconderem atrás de manifestantes pacíficos", declarou Azarov à agência russa de notícias Interfax, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "Uma tentativa de golpe de Estado está sendo promovida."

De acordo com Azarov, o governo não tinha planos de instituir um estado de emergência: "Nós não vemos a necessidade de medidas duras e extremas no momento. Mas não coloquem o governo diante de um impasse", disse. "As pessoas não deveriam pensar que o governo não dispõe de recursos para acabar com isso. É nosso direito constitucional e também nossa obrigação restaurar a ordem no país."

Os protestos contra Yanukovich começaram em novembro, quando ele desistiu de assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia em favor de laços econômicos mais estreitos com a Rússia, que dominava o país na era soviética. A agitação aumentou nas últimas semanas e se tornou violenta no domingo passado.

5 mortos

Segundo a Promotoria ucraniana, quatro manifestantes foram baleados e mortos em confronto com a polícia na quarta. O Ministério do Interior, no entanto, confirma apenas duas dessas mortes. Um quinto opositor morreu ao cair de uma coluna do estádio do Dínamo de Kiev, em meio aos protestos da noite de terça-feira.

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