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Yuval Noah Harari participando de uma conferência em São Paulo em 2019
Yuval Noah Harari participando de uma conferência em São Paulo em 2019| Foto: EFE/ Sebastião Moreira

O renomado escritor israelense Yuval Noah Harari, autor de best-sellers como "Sapiens" e "Homo Deus", juntou-se a 90 acadêmicos e ativistas pela paz em Israel para assinar um manifesto que condena a indiferença de esquerdistas americanos e europeus em relação às ações do grupo terrorista palestino Hamas.

O manifesto critica a postura de membros da esquerda global que, segundo Harari, demonstraram "extrema insensibilidade moral" ao querer justificar as ações dos terroristas do Hamas em meio à guerra que ocorre no Oriente Médio desde os ataques terroristas realizados pelo grupo contra o território israelense no dia 7 de outubro.

Em uma entrevista concedida ao jornal britânico The Guardian, Harari expressou sua consternação em relação a "elementos dentro da esquerda global" que, até então, eram considerados “parceiros políticos”, mas que ocasionalmente “justificaram as ações do Hamas”. O historiador destacou a “falta de condenação do grupo pela esquerda” e a “atribuição exclusiva de responsabilidade a Israel”, mesmo diante dos ataques que atingiram civis israelenses no começo deste mês.

A declaração, assinada também por outras figuras proeminentes, incluindo o escritor israelense David Grossman, ressaltou que é possível se opor à “subjugação e ocupação israelense dos palestinos” enquanto condena inequivocamente “atos brutais de violência contra civis inocentes”. Harari enfatizou a “complexidade da realidade" e a "dificuldade que algumas pessoas têm em aceitar nuances em situações de conflito”.

Harari, cujos tios sobreviveram aos ataques do Hamas em um dos assentamentos que foram atacados pelo grupo terrorista palestino no dia 7, explicou que sua motivação para assinar a declaração veio após conversas com ativistas pela paz em seu país, Israel, que se sentiram "completamente devastados" e "abandonados e traídos por supostos aliados" devido à “falta de condenação do Hamas” por parte de acadêmicos, artistas e intelectuais.

O historiador também mencionou na entrevista a declaração assinada por 30 grupos estudantis de Harvard. Nessa declaração, os estudantes acusavam Israel, a quem classificaram como um "regime", de ser "inteiramente responsável por toda a violência que se desenrolava" no Oriente Médio neste momento. Harari destacou que essa afirmação dos estudantes equivale a sugerir que "as pessoas que assassinaram bebês não têm nem 1% de responsabilidade, e toda a culpa, 100%, recai sobre Israel".

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