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      O presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, pediu nesta segunda-feira que o Brasil entregue ao seu governo o presidente deposto, Manuel Zelaya, que se refugiou na embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa.

      "Faço um pedido ao governo do Brasil para que respeite a ordem judicial ditada contra o senhor Zelaya entregando-o às autoridades competentes de Honduras", disse Micheletti em uma mensagem transmitida pela televisão.

      O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltou ao seu país e se refugiou na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, nesta segunda-feira, quase três meses depois do golpe de Estado que o derrubou.

      O golpe de 28 de junho criou uma grave crise em Honduras e foi condenado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, pela União Europeia e por governos latino-americanos.

      Zelaya se refugiou a maior parte do tempo na Nicarágua, enquanto o governo de facto que apoiou sua derrocada se fortificou no poder, desafiando pedidos internacionais para que permitisse a volta do presidente deposto.

      Mas o retorno de Zelaya do exílio aumenta a pressão sobre o governo provisório que o substituiu e a chance de protestos violentos. O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, quer a prisão de Zelaya.

      "Sou o presidente legítimo escolhido pelas pessoas e é por isso que eu vim aqui", disse Zelaya à Reuters por telefone de dentro da embaixada brasileira.

      Milhares de simpatizantes de Zelaya se reuniram do lado de fora do prédio diplomático, enquanto um helicóptero militar sobrevoava a região e um pequeno grupo de policiais acompanhava a cerca de 100 metros de distância.

      Os EUA pediram prudência em Honduras, um dos países mais pobres da região e um aliado de Washington na época da Guerra Fria.

      Washington tem defendido a volta de Zelaya ao poder, mas governos esquerdistas latino-americanos acusam o governo Obama de não se mostrar suficientemente crítico ao golpe.

      Micheletti, um conservador, quer que Zelaya seja preso sob as acusações de corrupção e tentativa de mudança da Constituição, mas o presidente segue em tom desafiador.

      No início da noite, o governo impôs um toque de recolher durante a madrugada para "manter a calma".

      Em Nova York, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse estar esperançoso de que a volta de Zelaya possa levar a um novo estágio das negociações pelo fim da crise.

      O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse que o governo provisório de Honduras "deveria se responsabilizar pela segurança do presidente Zelaya e da embaixada brasileira".

      Zelaya foi deposto por militares depois de irritar a elite local com seus planos de alterar a Constituição e disputar um novo mandato. Ele negou, no entanto, que quisesse prolongar seu período no poder.

      OEA exige assinatura imediata de acordo

      A Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu nesta segunda-feira a "assinatura imediata" do Acordo San José para resolver a crise política em Honduras e pediu que se evitasse a violência depois do retorno do presidente hondurenho deposto Manuel Zelaya ao país da América Central.

      Em uma reunião extraordinária, o Conselho Permanente da OEA exigiu "plenas garantias para assegurar a vida e a integridade física" de Zelaya.

      Hillary pede diálogo e calma

      Também nesta segunda, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o governo de facto do país devem encontrar uma maneira para dialogar e evitar a violência após o retorno de Zelaya à nação da América Central.

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